A entrevista do sociólogo e pesquisador da Embrapa, Zander Navarro deixa entrever que, somente políticas e investimentos poderão fazer do Brasil, em poucos anos, o maior produtor mundial de alimentos. Fica a pergunta: os verdes irão permitir isto? Fica a constatação: as megaempresas que vendem sementes e agrotóxicos só querem mais produção, mais ainda quando a produtividade do Brasil supera os demais países.
Algumas perguntas não foram respondidas na entrevista, mas é possível pensar em cooperativas reunindo os pequenos produtores, com abertura de mercados. E possível pensar em Universidades Agrícolas para os filhos destes pequenos e médios, para que cesse a migração para os grandes centros urbanos, onde moças e rapazes, na maioria são tragados e massacrados. Poucos encontram trabalho, poucos estudam. Em ambos os casos não voltam aos seus sítios ou pequenas propriedades.
A continuidade dos vermelhos do Foro de São Paulo é a pior das expectativas para os pequenos e médios. Os grandes já estão garantidos e associados ao capital estrangeiro, salvo raras exceções. As migrações vão continuar. Falta mão de obra no campo, onde o mst e o PT se associaram apenas para agitar e formar milícias.
O mundo rural no Brasil do século 21
O pesquisador Zander Navarro conta que a origem do livro é um artigo publicado em maio de 2013 com o título "Sete teses sobre o mundo rural brasileiro". Escrito pelos quatro organizadores do livro, esse artigo gerou um grande debate nas ciências sociais brasileiras ao apresentar transformações atuais da atividade agropecuária e seu impacto sobre as regiões rurais brasileiras. Os autores do artigo enfatizaram o surgimento de um novo padrão agrário e agrícola. O interesse gerou o desafio de consolidar informações e analisar os inúmeros ângulos analíticos do mundo rural atual e as interpretações possíveis.
Os organizadores buscaram a diversidade de análises, "não partindo de nenhum enquadramento teórico determinado", explica Zander Navarro. Assim, há uma grande diversidade de enfoques. Duas abordagens convergentes têm destaque no livro: a expansão econômica ao lado do crescente papel do capital financeiro na agricultura e a inovação como motor principal das mudanças. As duas transformações caracterizam, para Zander Navarro, "um novo padrão de acumulação nas regiões rurais" baseado na dependência cada vez maior dos investimentos em infraestrutura, máquinas, tecnologia e na qualificação da terra, além da necessidade de investimento em recursos ambientais e nas próprias pessoas envolvidas. "No amplo painel abordado, diversos capítulos, por exemplo, mostram as crescentes dificuldades dos pequenos produtores, em meio à competição nas áreas de produção, sugerindo que estamos na iminência de um forte esvaziamento social do campo brasileiro", ressalta Zander.
A edição de O mundo rural no Brasil do século 21 é da Embrapa e do Instituto de Economia da Unicamp, contando com o patrocínio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). A primeira tiragem, de 2.000 exemplares, será distribuída, no lançamento, para instituições de pesquisa, organizações ligadas ao meio rural, bibliotecas e pesquisadores envolvidos no projeto. Os autores e organizadores abriram mão de qualquer remuneração pela organização do livro e produção de seu conteúdo.
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