Fiquei tenso, pensando: "Deus, meu
Deus, onde estás que não respondes...? E o mais dos versos do Castro Alves, lá
no finzinho do Navio Negreiro. Tomei minha sopa de legumes, pensando nas
propriedades vitais da merda de vaca que aduba os canteiros da horta com a ONU martelando
nos miolos. Acordei pensando em convidar alguns algumas famílias tradicionais, para
constituirmos, juntos, a ONU DOS SEM GRAVATA.
Tropecei, coisa de velho que se considera
feliz por poder pensar livremente sem medo. Como aquele personagem da novela "Jonnhie
Vai à Guerra", de Dalton Trumbo. (Há um filme cult de 1971 no YouTube).
Não consegui um download do livro. O filme é legendado, a tradução é
deficiente, mas é possível compreender a condição do personagem, que no final
resume em: "S.O.S...S.O.S..."
Dai à idéia da ONU DOS SEM GRAVATA, que
poderia vir a ser um cordão carnavalesco, um programa de televisão ou peça de
teatro no estilo da "Grande Família" com cérebros pensadores
visionários. Tropeço de novo, agora na tarefa de formalizar a idéia. Uma
declaração? Um convite? Uma constituição? Um elenco de regras? Tudo limita,
encurrala o pensamento. E agora?
Bom, historicamente os humanos têm lidado
com limites. Uns construtivos e outros, na maioria, destrutivos e fundados em
prepotência, preconceitos, vingança, sacrifícios aos milhares de deuses
concebidos, uns como guerreiros vorazes de sangue e outros mais civilizados, pregando
amor, perdão, tolerância, dignidade, colaboração e interdependência, com
respeito a todas as formas de vida. Taí, a defesa da vida como ponto de partida
para formular os limites da nossa ONU DOS SEM GRAVATA.
É transparente o fato de que as formas de
governo que persistem no vício de matar, construíram arsenais com ogivas
atômicas, bacteriológicas e mais recentemente controlam armas eletrônicas cujo
poder mortífero atinge até os pensamentos.
Como é impossível para os sem gravata repetir a insanidade de recrutar jovens e
treiná-los como rambos ou milícias para matar, podemos começar com a primeiro
objetivo da nossa ONU:
1) Documentar e exibir as provas das
matanças, genocídios e expor seus responsáveis, para que se envergonhem.
2) Exigir a destruição de todos os arsenais
atômicos, bacteriológicos, vacinas que espalham vírus mortais, venenos nos
alimentos, venenos que contaminam as terras, os rios, os mares e o ar que
respiramos.
3) Proibir todas as guerras e o envio de
tropas que sob qualquer insólito pretexto, têm sido mobilizadas fora do
território de cada nação, para a matança comum e corrente desde que Caim matou
Abel. Roupa suja se lava em casa e disputa de família se resolve em família.
4).Os encontros entre nações integrantes da
ONU DOS SEM GRAVATA, terão como objetivo planejar a troca de alimentos,
matérias primas, informações e tecnologia, conhecimentos científicos e receitas
culinárias, sem que nenhuma nação tente ou mesmo pense em persuadir, convencer
ou mesmo criticar a outra , por suas variedades comportamentais,
relacionamentos domésticos, crenças ou roupagens.
5).Cada mercadoria física terá a destinação
prioritária para a nação mais necessitada no momento específico. Ficam abolidos
os mercados e moedas, valendo como lei entre nações a informação em tempo real
e a coordenação logística para a colaboração no momento preciso.
Cada pessoa tem o dever inalienável de exercer suas
habilidades e capacidades individuais paara compartilhar com outras , atitude
implantada na educação do lar e na instrução dos mais aptos para desenvolver
capacidades e habilidades inatas, sendo valorizadas igualmente todas as
atividades construtivas e produtivas.
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