segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

COMPANHEIROS INVESTIDORES, UNÍ-VOS!

Por Arlindo Montenegro

Em qualquer país, sob qualquer tipo de governo, nas menores cidades, qualquer banco da rede internacional dependente do único sistema financeiro, acolhe investimentos para mobilizar os trabalhos produtivos. O dinheiro de qualquer origem serve, mais ainda se coberto pelo nome de algum grande grupo, daqueles que não prestam contas em seus países de origem.

A prioridade do estado deixou de ser o bem estar da gente. Agora é a administração das contas, para pagar os juros da dívida pública e ter acesso a mais empréstimos a longo prazo, pendurando toda atividade, todos os recursos naturais, toda a força de trabalho. É para isto que o estado existe: criar as leis que fornecem como garantia de pagamento, o solo pátrio e o que ele contém e a mão de obra necessária à exploração, transformação, comércio e serviços.

É isto mesmo: ficamos somente como mão de obra. Os controles e decisões são exclusivos da agenda de dependência ao sistema financeiro global. Trabalhamos para pagar os juros mais elevados do planeta aos investidores, que aplicam dinheiro proveniente de drogas, de roubos, de pilhagens de guerra, de negócios com armamentos, dinheiro de fraudes e de proxenetas de toda espécie.

Quem diria que a família Bin Laden e a família Bush, são associadas e se visitavam, hospedando-se uns nas mansões dos outros? Quem acreditaria que têm negócios numa mesma empresa de investimentos que atua no mundo inteiro, em turismo, construção civil, negócios com armamento de ponta e sistemas eletrônicos para complexos militares e de governo?

Investem pesado no Brasil, assim como o ditador líbio Kadafi, que tem interesses de mais de 1 bilhão de Reais, administrados pela Libyan Arab Foreign Investiments. Ou os irmãos ditadores de Cuba, que também investem em hoteleria no Brasil. Ou os financistas dos narcoterroristas das FARC colombianas, que investem em propriedades no Brasil. Ou quando vemos que o Banco de Santo André está associado a uma estatal líbia. Estamos falando da arraia miúda.

O pesado mesmo está nos investimentos na exploração dos recursos naturais: na mineração, na agroindústria, onde além de obter lucros com a mão de obra barata – um dia de trabalho no salário mínimo dos EUA vale 50 dólares. No Brasil 10 dólares!), carregam os juros do investimento, a parte dos lucros operacionais das companhias e ainda determinam que valor pagar pelo que importam, lucrando mais ainda com a diferença na comercialização.

Os minérios como o ferro, nióbio, bauxita vão garantir aos companheiros investidores, investir mais em suas companhias de artefatos militares, tanques, aviões, navios, misseis, na indústria nuclear, em satélites, tudo que vendem de volta para os pobres com o valor agregado. E tudo isto, faz com que estejamos condenados à dívida impagável. Eis o que diz o economista Adriano Benayon:

"O Brasil está cada vez mais importando produtos de elevado valor agregado e exportando, com pouco ou nenhum valor agregado, seus valiosos recursos naturais.(...) Os prejuízos decorrentes dessa crise foram grandemente acrescidos com o privilegiamento do “serviço da dívida” no Orçamento Federal, instituído por meio de fraude, no texto da Constituição de 1988. Esse “serviço” já acarretou despesa, desde então, de 6 trilhões (sim, trilhões) de reais, com a dívida pública externa e interna, esta derivada daquela."

Referindo-se ao nióbio:"Cerca de 98% das reservas da Terra estão no Brasil. Delas, pois, depende o consumo mundial do nióbio. A produção, cresceu de 25,8 mil tons. em 1997 para 44,5 mil tons., em 2006. Chegou a quase 82 mil tons. em 2007, caindo para 60,7 mil tons., em 2008, com a depressão econômica (dados do Departamento Nacional de Produção Mineral). Estima-se atualmente 70 mil toneladas/ano. Mas a estatística oficial das exportações brasileiras aponta apenas 515 toneladas do minério bruto, incluindo “nióbio, tântalo ou vanádio e seus concentrados”!

E o pior, pelo preço pago pelo nióbio: "Observadores respeitáveis consideram que o prejuízo pode chegar a US$ 100 bilhões anuais." Anote-se que a estatística oficial registra a saída anual de 515 toneladas de minério bruto... quando a saída estimada é de 70.000 toneladas! 69.485 toneladas... simplesmente somem! Não é sem alguma razão que a mina de Araxá, em Minas Gerais seja cercada de tal aparato de segurança que nem os habitantes da região podem se aproximar. E são contados os brasileiros que conhecem a existência daquela mina e sabem do que se trata.

Talvez porisso mesmo, o Brasil acolha com tanta complacência bandidos e terroristas do mundo inteiro. Isto garante mais investimentos. Mais associações. Mais riqueza para um punhado de oligarcas, cujos crimes, quando são descobertos passam a ser analisados em segredo de justiça. Os veiculos formadores de opinião pública são calados e punidos quando ousam expor a bandalheira.

É assim que em obras como a de transposição do Rio São Francisco, formam-se consórcios reunindo empresas como o Banco de Santo André, Odebrecht, Lafico (do Kadafi) e outras, que vão impulsionar (com mais investimentos externos a juros altos) a portentosa obra do PAC, enquanto milhares de pessoas vão perdendo suas casas, terras, cabras e estão condenadas ao desamparo, como aconteceu em outras ocasiões, em outras grandes obras.









domingo, 27 de fevereiro de 2011

MEU AMIGO CACHORRO

Por Arlindo Montenegro

No alto da Colina onde o sol, de manhãzinha, emergia do mar, lá longe, primeiro pintando o ceu de ouro e laranja e pouco a pouco, depois de um grande bocejo, aparecendo, imensa bola de fogo iluminando mais um dia da vida. Aos nove anos, o menino ficava ali sentado na escadaria da igreja, olhando aquele mistério, o sol saindo da água! Ao lado o carrinho de mão com os recipientes de latão, com um ou dois litros de leite para entregar, primeiro na casa do poeta.

Aquela pracinha era privilegiada: além da igreja, do cinema e da casa do poeta, havia o casarão dos artistas, onde a cada mês havia uma reunião dominical para um concerto de piano, somente para convidados. Numa esquina da praça calçada com paralelepípedos, começava a estrada de terra que levava aos sítios e naquele vizinho ao que morava, estava a escola particular da Professora Bernadete.

Era sorte mesmo, porque todo santo dia tinha de levantar com os olhos colados pelo mingau das almas e correr para o curral onde o pai, com ajuda de Carlinhos que cuidava de tudo no sítio, já estavam ordenhando as vacas e distribuindo o leite nos pequenos latões. A obrigação do menino era alinhar os recipientes no carrinho de mão e sair distribuindo nas casas vizinhas e alí na pracinha, que começava a 100 metros da entrada do sítio. Tubarão, inteligente pra cachorro, já sabia tudo de cor e corria na frente, acompanhando o roteiro matinal, verificando tudo.

Na volta, ele ganhava uma tijela de leite, enquanto o menino tomava banho e dava uma repassada nos cadernos, antes de tomar o café da manhã, pedir a benção de mãe e pai e sair apostando carreira com o cachorro por baixo das mangueiras, até a cerca limite do sitio da escola. Suspendia o arame, passava com cuidado pra não se enganchar e pronto: estava no pátio, onde Tubarão já brincava com a turma que esperava tocar o sino de chamada para as aulas.

Para aquela sexta feira estava marcada uma prova de composição e o menino e a menina que obtivessem as melhores notas, ganhariam um presente surpresa. Olhou o caderno aberto diante de si, as linhas azuis esperando para guiar um texto bem arrumado. Olhou pela janela e viu Tubarão deitado na relva embaixo da mangueira coçando as pulgas. Foi ele o tema da redação, "Meu amigo cachorro!"

Foi só descrever um dia na companhia de Tubarão, o jeito que ele era obediente e como brincava, sem reclamar de nada, limpando a tijela de comida. Escreveu tudo como se estivesse conversando com o cchorro, sobre as pessoas das quais ele se afastava quando não gostava por causa do cheiro ou se aproximava pelo jeito de olhar e se agachar para falar com ele. Terminou dizendo que cachorro tinha muito de gente, prá não ser indelicado dizendo que era mais inteligente que muita gente.

Cada um teve de ler seu trabalho, de pé, lá na frente. A leitura do "Meu Amigo Cachorro" foi interrompida com muita gargalhada e a turma ficou futucando o menino – você ganhou! - Enquanto a professora Bernardete fazia a correção ortográfica, a classe quebrava a cabeça com exercícios de aritimética e Tubarão continuava no bem bom, sem ligar para as galinhas que ciscavam ali perto.

Depois do recreio, o resultado. O presente das meninas foi para Aninha: um estojo de lápis de pintura. Com o amigo cachorro o menino ganhou um convite especial para assistir um concerto de piano na casa dos artistas, bem no dia em que estaria presente uma cantora lírica. Prá que? Bom, já era muito desconfortável ter de calçar meias e sapatos, vestir roupa engomada num tarde calorenta. Mesmo assim estava curioso e saiu com o cabelo grudado de brilhantina, que a mãe penteou com cuidado.

Tubarão também estava banhado e escovado naquele dia e acompanhou o menino como que protegendo. Chegaram á casa dos artistas. O menino entrou, entregou o convite ali na varanda coberta de trepadeiras. Tubarão acomodou-se no gramado, debaixo de uma roseira. No salão, o menino foi apresentado a pessoas desconhecidas pelo poeta, que era amigo do pai.

Conversa vai conversa vem, os adultos quereiam saber de suas leituras, jogos, preferências, num inquisitório sem fim. - Você gosta mais de ler ou de cinema? - Gostava mais de ler. Cinema foi poucas vezes. E teatro? Não... nunca tinha visto peças teatrais, somente "Os Meninos Cantores de Viena", numa apresentação da Cultura Artística... gostou muito. Acomodaram-se todos, como obedecendo um sinal.

O piano preto e brilhante esperava a artista. Chegou a mesma filha da dona da casa, dona Gertrudes, uma magrela mais branca que leite, vestida até os pés e com uma flor no cabelo. Sentou-se ao piano e foi o milagre! Como é que podiam os dez dedos de uma pessoa cobrir todo o espaço, todos os sentidos, com tantos acordes que despertavam todo tipo de sentimentos. Foi muito aplaudida! Embora suando muito o menino estava hipnotisado esperando a segunda parte.

A pianista que a seus olhos então parecia uma fada, voltou acompanhada de uma gorducha. Do piano se fez ouvir uma introdução e a gordinha começou a cantar suavemente, numa lingua desconhecida, enrolada mesmo. De repente, a interpretação enveredou por uma serie de trinados, que a moça parecia uma araponga bem afinada, com a goela vibrando que era de doer os ouvidos.

E doeu mesmo, nos ouvidos de Tubarão, que lá do jardim começou a uivar desesperado, acompanhando, competindo com a gordinha e incomodando uns enquanto outros dos presentes sorriam. Terminada a apresentação, o menino foi agradecer e despedir-se de dona Gertrudes, que perguntou – Gostou? - Gostei muito. - Pois bem, da próxima vez deixe seu cachorro em casa.


A REALIDADE NUA E CRUA

A carta abaixo - adaptação de Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto, engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia. Foi publicada originalmente no blog GPS do Agronegócio que "também adaptou alguns pontos do textos."
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"Prezado Luis, quanto tempo. Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo!
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Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.
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Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo?... Hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite.
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De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?
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Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro...
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Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. Tô vendo todo mundo falar que nós da roça estamos destruindo o meio ambiente.
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Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade.
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Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.
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Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?
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Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né...) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou.
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Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família.
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Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna.
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E que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô! Bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

xEssas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis?
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O candeeiro, eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.
xDisseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis.
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Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado.
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Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo. Depois que o Juca saiu, eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover.
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Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.
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Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor.
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Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas.
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O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não vai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?
xAgora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados.
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As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade.
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A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.
xMas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!..."

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

JOGADAS DE MESTRES DIABÓLICOS

Por Arlindo Montenegro

Na semana passada o Brasil encenou em Nova Iorque um encontro empresarial, com a organização da Wall Street e da Revista Valor Econômico. Lá estava o Eike Batista, entusiasmado, fascinando a platéia com seus projetos petrolíferos, construção naval e portos, falando muito bem da associação dos empresários com o governo nas associações público-privadas que têm (isto Eike não disse) fomentado as velhas práticas corporativistas. Grana! Muita grana com os maiores juros para os investidores. E aumento da carga tributária (maior que na China, duas vezes e meia comparando com Chile e México)
Isto pode indicar que o socialismo do século XX está sendo escanteado. Olhando bem, a coisa tende mais para o exemplo de Cuba onde o segundo ditador Castro indica o rumo da vietnamização capitalista, desde que sejam sócios e beneficiários dos investimentos estrangeiros (Brasil, Chile, Espanha, França, Portugal... E que o estado, socio, dite todas as leis. Prá que 3 poderes? Basta um, O Partido! Isto facilita as negociações com as mega empresas.
Na contra mão, Hugo Chávez já provocou a saída de um milhão de venezuelanos do país, prendeu a oposição, fechou a metade do parque industrial, gastou quase l trilhão de dólares em armas e ajudas aos amigos e conseguiu transformar Caracas na cidade mais corrupta e violenta deste continente, enquanto dá livre trânsito às drogas e abriga terroristas das Farc e de grupos islâmicos.
O aiatolado Evo Morales enfrenta uma oposição que se organiza cada dia mais e começa a ter dificuldades de pagar as contas. O outro bolivariano sinistro, no Equador, não tolera capitais estrangeiros e os capitalistas locais amedrontados enviam suas economias para o exterior, onde ficarão em segurança contra o poder totalitário.
Os políticos estão esfregando as mãos e preparando o fósforo (ou isqueiros Dupont) para queimar dinheiro das propinas dos lobistas para o voto unânime e aprovação das leis impositivas ditadas pelo governo mundial. E leis para a redução da natalidade, privilégios exclusivos para homossexuais, que não geram filhos como estes obstinados pais de família que não querem usar preservativos e descristianização, que esta coisa de moral atrapalha.
Estamos sem referências ideológicas? Há um meio termo entre capitalismo e comunismo? Claro que não! Aumenta a nossa carga tributária, a burocracia engole as pequenas empresas, o salário mínimo para quem trabalha é menor que o salário que o estado paga aos presos prá não fazer nada. O povo que se divirta! O estado manda e a galera faz, sem tugir nem mugir. Vem aí o carnaval.
A ideologia vem do Norte, vem da Onu, vem do ideal marxista de um governo mundial. A resistência maior seria dos controvertidos terroristas islâmicos. Mas já começaram a dar um jeitinho, sangrento, com futuros lances mais perigosos ainda na disputa do modelo que terá supremacia no comando político deste governo mundial.
Os pequenos e médios empresários estão sufocados no campo e na cidade. Daqui a pouco será impossível competir com a informalidade de chineses, coreanos e todos os produtos made in Paraguai que infestam lojas, bancas de rua, estações rodoviárias, aeroportos e estão presentes nos milhões de computadores e celulares, indispensáveis para a celeridade dos negócios... ou para as mobilizações populares! Mas vai ser cada vez mais difícil fugir do super computaor da Receita Federal, que em breve enviará aos contribuintes a "declaração" já pronta.
Mas sempre há uma notícia boa, para ex presidentes, para a ONU, para os políticos e trágica para os servos do podeer: a DEA, Agencia de Repressão às drogas dos EUA, está considerando as petições que recebeu das indústrias farmacêuticas, para liberar a maconha, classificando a erva do diabo, acondicionada em cápsulas de gelatina dura do mesmo modo que as cápsulas da droga sintética que já fabricam.
Isto é ótimo para os produtores de maconha! O Paraguai, o Mato Grosso e o Pernambuco, já estão pensando como exportar, como fazer para lidar com a legalização, quanto imposto vão pagar. O ex presidente sociólogo, grande defensor da liberação, o pessoal dos direitos humanos criadores do texto do PNDH, os banqueiros, os políticos, todos estão fazendo as contas do que vão faturar em dinheiro e prestígio, com a desgraça da nação.
A notícia está no endereço: http://www.deadiversion.usdoj.gov/f..., onde se lê: "O DEA, recebeu quatro pedidos de empresas que tem produtos atualmente relacionados pela AND (Aplicação de Novas Drogas), controlados pela FDA (Admnistração de Alimentos e Drogas)... Os peticionários argumentam que os seus produtos genéricos são equivalentes ao Marinol" e reivindicam que uma troca de classificação que transferir (a maconha) para a definição de produto genêrico (que nem a maconha sintética) aprovado pela FDA.
A maconha sintética aprovada pela FDA tem o rótulo de Marinol e naturalmente contém o tetracanabinol com as mesmas propriedades do THC encontrado na planta natural. Certamente os custos dos laboratórios vão baixar e eles vão "ajudar" os pobres produtores, importando. Um amigo que trabalhou numa multinacional do tabaco, revelou que a empresa já tem licença para produzir cigarros de maconha, assim que a droga for liberada. Mais um produto de primeira linha!
Não é uma beleza! Quanto menos neurônios, melhor... e vida mais curta para os consumidores.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ORDEM E PROGRESSO

Por Arlindo Montenegro

Em seu livro de contos "Os Cavalinhos de Platiplanto", publicado em meados do século passado, o falecido escritor José J. Veiga, nos coloca na posição de ouvintes do menino de uma cidadezinha interiorana, matutando sobre a chegada de pessoas misteriosas, que se hospedam na única pensão, saem de manhã carregando apetrechos estranhos e voltam de noite, prá ficar bebendo até as altas horas.

A usina atrás do morro” exibe a destruição ecológica pessoal e ambiental, com a chegada de máquinas monstruosas, gigantes que passam a rasgar as matas, destruir a paisagem e os costumes, dividindo as pessoas, impondo mudanças drásticas, que afetam a vida e os costumes de todos os viventes, sem consultar ninguém,

A violenta "marcha do progresso", com as promessas de "bem estar" e "melhorias" para todos, continua esmagando o equilíbrio ecológico e pulverizando a cultura, as crenças, a autoridade familiar, os tempos e movimentos naturais. A coisa piora quando eles falam uma língua que ninguém entende, somente os banqueiros e governantes.

É exatamente o que vai acontecer em Anitápolis, em Santa Catarina, com a instalação de uma fábrica da Indústria de Fosfatados Catarinense em uma associação com a Bunge, uma multinacional que nasceu na Holanda, mudou para os EUA, chegou à Argentina e está no Brasil há um século, atuando também na Europa, Asia, Américas e Oriente Médio.

Os 2990 habitantes vão ser invadidos por mais de 3000 trabalhadores + familiares, esculhambando o equilíbrio demográfico. Os pacíficos colonos vão ser condenados a viver com uma poluição ambiental que nunca viram. Alí, as ongs verdes, nem o meio ambiente, nem o pt vai interferir. É o progresso, são os acordos multinacionais entre os que governam o mundo. É a mão de ferro do governo invisível.

Oprimidos pelo progresso, os brasileiros e os habitantes do mundo em geral foram adestrados nas últimas décadas para aceitar as normas ditadas pelo estado, sem protestar, como se a aceitação silenciosa fosse a mesma norma de comportamento. Pensar e manifestar-se parece coisa de louco, ingênuo, marginal de direita, incabível no mundo controlado pelos tortos, pelos que distorcem a verdade, criminalizando a propria natureza.

Paira sobre as nossas cabeças a espada de um inimigo "indefinido", "invisível" para as pessoas que apenas sentem, sem defesa contra os comportamentos modernos, transplantados e invasivos, que invertem crenças e valores ampliando a ditadura do estado que ignora as leis vigentes mas "não vai preso", que promete e não cumpre, que ilude e passa a perna, que é pago para servir e nos transforma em servos do inimigo invisível.

Tudo em nome da economia controlada em nome de um progresso econômico, que gera a desordem e a aflição na cabeça dos que ainda se sensibilizam com o emprego, o salário mínimo, a educação dos filhos, a moradia digna, a saúde, a segurança. Para todos o governo deixa correr solto o crack, a maconha, a cocaína, o ecstasy, a heroína e outras drogas, que emboloram e embaralham o cérebro, inutilizando os homens para a ação defensiva.

Os governantes são eleitos e enriquecem com o que lhes pagam os banqueiros que, em sua rede internacional "lavam" e protegem os clientes que mobilizam uma economia trilionária! Governantes e banqueiros e mega empresas multinacionais, são os inimigos que ocupam todos os espaços, sem deixar uma brecha que proporcione defesa às vítimas, os comuns, os ignorantes.

Como no conto de José J. Veiga, a tranquilidade e o bem estar acaba quando chegaram os forasteiros para construir "A usina atrás do morro". E "os funcionários em barulhentas motocicletas vermelhas invadem a cidade. Os espiões estão por toda parte... a gente fala baixinho com mêdo da repressão e do castigo do governo progressista.

As referências sobre a inocência, meiguice, curiosidade e fascinação da infância diante da vida, arrumando no coração as experiências no compasso das brincadeiras com objetos elaborados criativamente, bolas feitas com meias velhas e bexigas de animais ou piões e bolinhas de gude, boiadas feitas com maxixão, tudo foi trancado nos baús da memória distante.

Como diz meu amigo Piá, "tudo mostra que o mundo está sob nova direção" promovendo as transformações e espalhando o medo. Medo de morrer na fila do inss, medo de perder o emprego, medo de ficar sem gasolina, medo de faltar a eletricidade, medo dos juros, medo do pivete e do sequestro relâmpago, medo de bala perdida, medo da perdição dos filhos, medo de engordar, medo de não saber como fazer, medo da chuva! Medo do sol! Medo de Ser, medo de Amar.














quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LUZ E TREVAS

Por Arlindo Montenegro

No projeto de construção do Governo Mundial, alguma coisas parecem tão evidentes que fogem à perspicácia dos "formadores de opinião", que adotam com naturalidade qualquer decreto governamental, mesmo que signifique mais um passo nas restrições às liberdades fundamentais. Um dos aspectos jamais citados, são as migrações e imigrações, que  modificam a cultura, com a presença de ritos, credos costumes e comportamentos, que quase sempre provocam conflitos.

No caso de construção de grandes projetos é flagrante o que me indicou um estudioso de demografia, referindo a chegada ao interior de Santa Catarina de uma planta da Bunge que promete "acabar com a fome no mundo"... quando não haja mais o que eles chamam de  "bocas inúteis", isto é os pobres condenados ao desemprego, às doenças, catar restos no lixo e à inanição, muitos deslocados dos seus locais de origem, buscando resistir onde são incapazes de competir.

A Europa rica, que recebia a mão de obra barata dos pobres africanos para executar os serviços mais pesados e "sujos", agora se ressente da marcante presença de islamitas, que já impõem leis de proteção específicas para suas comunicades organizadas, muitas em desacordo com os costumes culturais do ocidente. No programa de homogenização cultural do Governo Mundial em gestação, este movimento é positivo porque desperta as quezílias entre as diversas igrejas e modifica crenças e costumes.

A Europa, marcada em cada esquina pela presença do cristianismo vive uma onda de descristianização acelerada. Antes separou-se a igreja do estado laico. Agora suprime-se a memória cultural, facilitando as divagações da ONU, agente da nova religião. A ONU, que nada faz contra as ondas migratórias. A ONU que foi criada para ser o parlamento do mundo pacificado e é impotente para barrar os ditadores que prendem dissidentes ou os  Kadafi, que bombardeiam sua propria capital, matando seu próprio povo.

Das revoltas organizadas no Médio Oriente, se vai conhecer uma nova onda de movimentos migratórios para a vizinha e "dizem que" democrática Europa. O Berlusconi já avisou que vai mandar todos os que aportarem à Italia, para a França e para a Inglaterra. Os franceses que já andam às turras com os ciganos e que ja conheceram a violência dos pobres africanos que constituem o lumpem de Paris, vão fazer o quê?

A Inglaterra, uma das mecas onde pontificam os sensíveis nobres pensadores de fórmulas para o Governo Mundial, vai ter que liderar a mobilização da Europa e mandar uma "Força de Paz". Como é estranho utilizar a Força para impor a Paz! Bem orwelliano! A paz imposta pela força, vai garantir a continuidade do abastecimento de energia e ao mesmo tempo vai garantir a segurança de Israel, único território da área alinhado integralmente com a civilização vigente e os modelos de civilização em gestação.

Neste momento evidencia-se também como esta coisa que rotularam de democracia, - cada dia mais castradora das liberdades individuais, cada dia mais amordaçada e distanciada do saber, da ética e da moralidade,  - associando-se ao modelo de estado marxista, constituem um só motor para o projeto de globalização marxista/capitalista. Caso contrário os não marxistas adotariam o modelo nacionalista e aí, a idéia de um governo mundial iria pra cucuia.

Outros probleminhas evidentes: eliminar o cristianismo, eliminar o islamismo, eliminar o judaísmo. A instituição do catolicismo romano já foi infiltrada pelos marxistas, fica mais fácil proibir a exposição da fé e mandar os crentes para as catacumbas ou para a tumba. Com os islamitas que obedecem à risca o Alcoorão, a coisa vai ser mais feroz.

Agora para os judeus que esperam seu Messias, com muitos acreditando que a "terra prometida para o povo escolhido" era o Estado de Israel, existem consequências mais profundas, históricas e econômicas, culturais e de interpretação teológica. Há quem cogite de novas migrações para terras adquiridas na Argentina ou em algum lugar da Russia.

Imigrações exigem desmatamento, casas, supermercados, escolas, vias de abastecimento... "é pior que praga daninha" como diz meu amigo estudioso de soluções demográficas. Contava-se uma piada no Rio de Janeiro, referindo o Cristo do Corcovado com os braços abertos exclamando "Chega de nordestino!" A  sabedoria popular já intuia o que os estudiosos nem desconfiavam.

Vamo viver muita migração, imigração, muita regressão educacional e cultural, muito estado totalitário, muita corrupção, muita invasão de áreas onde o equilíbrio demográfico mantinha o bem estar de pessoas ajustadas e quase felizes, espelhando uma possível convivência democrática – em termos de liberdade, respeito à individualidade, respeito às crenças e ausência de pobreza extrema.

O que se vê é cada religião avocando a si a representação de Deus para impor a unidade de pensamento aos homens e ao mundo. Todos os governantes aspirando o globalismo político, falando em construir um mundo "bem melhor", "justo"...Para isto utilizam o fuzil  dos direitos humanos aterrorizantes, descartando todo o positivo experimentado pelas civilizações e tratando de esmagar a resistência dos que prezam as liberdades individuais, tratando de pulverizar todas as identidades pátrias e culturas específicas.

É alucinação prá ninguém botar defeito! É mesmo uma terrível batalha entre as forças satânicas e o espírito que mobiliza as pessoas, a semente da energia universal inteligente, o Deus do coração de cada um, a resistência divina que se materializa e se transmite nos sentimentos e atos de amor.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O MUNDO É COMO É!

Por Arlindo Montenegro

A ilha tinha uma casa de pedra rodeada de coqueiros, cajueiros e mangueiras. Empregava uma dezena de nativos que juntavam os cocos e os arrumavam no lombo dos jegues, em caçuás (grandes cestos feitos com cipós) para o transporte até o local onde se processava a descasca. Muitas vezes ajudei na contagem, marcando cada cento com um tracinho no caderno. O calor era compensado pela aragem marinha e pelas conversas que acabavam em risos dos caboclos.


Os cocos descascados eram arrumados em grandes canoas e cobertos com palhas, para a viagem até a fábrica que os transformava em leite de côco e gordura vegetal, conhecida como banha de côco. O dono da ilha era austero, metódico e padrinho de tudo quanto era criança das redondezas, para as quais mantinha uma escola, com professora contratada, que também atuava como assistente social, visitando as cabanas onde residiam os trabalhadores, cobertas com palhas dos coqueiros.

O que fascinava o menino e o adolescente que passou férias na ilha de em sucessivos anos, era o mar límpido, a vegetação dos manguezais que bordeavam a areia branca, a coleta de sirís ao amanhecer percorrendo a faixa da praia com um pequeno tridente e uma sacola. Quando a onda voltava, os sirís eram visíveis e bastava prendê-los na areia com o tridente e colocar na sacola.

A liberdade primitiva fascinava e desenvolvia um sentimento de ligação com alguma coisa maior, uma conexão com o mesmo universo que mexia com coisas interiores. A brisa brincando com as folhas dos coqueiros imitava o canto do mar nas noites em que o ceu aparecia como um manto azul profundo com tanta estrela, que mais não caberia.

O silêncio facilitava as leituras no maior cômodo da casa de pedra: a biblioteca com grandes janelas envidraçadas sobre as aberturas de ventilação feitas com madeira de lei trançada e recobertas com gaze para impedir a entrada de insetos. A biblioteca! Um santuário onde o padrinho Barreto passava a maior parte do tempo buscando entender o mundo descrito nos livros que chegavam embalados em caixotes.

Ali o menino viajou na coleção do Tesouro da Juventude, conheceu aventuras e narrativas em lugares que poderiam ser reais ou ilusórios, mas aguçavam a curiosidade para saber mais da mente universal, daquele mecanismo atemporal que equilibrava os astros e a terra.

Aquela infinitude era nosso porto de partida e nosso destino, nossa casa, com as camas, mesas, cadeiras, coqueiros, gente, jegues, mar e astros... manifestando a presença de um Deus vivido, sentido em cada coração, falando com a gente de moral, caridade, compaixão e respeito por todos e para com tudo que ajudava cada um a viver em liberdade.

Ali comecei a compreender o bom, o belo, o justo, o verdadeiro que entre a juventude e maturidade foi sendo esquecido e substituído, como se as prioridades da vida se restringissem ao material. Foi assim como passar de um templo de sabedoria, para um vale assustador, que requeria atitudes agressivas, competitivas, fazendo com que o espírito se recolhesse encolhido como um caracol na concha.

Aquele Deus silencioso que preenchera minha alma, parecia olhar distante, enquanto nos sonhos o menino ou adolescente indagava triste e crítico enquanto me apontava com a mão espalmada: - isto sou eu? Na rotina esquizofrênica o rosto pálido conservava um sorriso, fingindo felicidade incompleta, repetindo vícios que jamais preencheriam o vazio do espaço espiritual.

A reconciliação foi lenta. Foi necessário afastar-me da solidão povoada por uma multidão vitimada pela heresia que afastava uns dos outros, afastando cada um da caridade essencial, do exercício de estender a mão para enxugar as lágrimas e amparar os mais velhos na travessia. Nem mesmo a natureza outrora fascinante, era percebida como continuidade integrante de mim mesmo e merecedora de ajuda.

Isto durou até o dia em que você nasceu, meu filho. Naquele ato criador percebí que o mundo dos sentidos exclui a essência espiritual da vida da gente. Os homens tendem a plantar alucinações que se confundem com a realidade essencial e na busca do poder temporal multiplicam atos de crueldade, apagando a chama interior que revela a presença de Deus em cada ser.

Por estas e outras razões, o mundo é como é.







segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DÚVIDAS E EXPECTATIVAS

Por Arlindo Montenegro

Em artigo recente publicado no Diário do Comércio, sob o título "Os Donos do Mundo", o filósofo, autor e professor Olavo de Carvalho, identifica "os que hoje disputam o poder no mundo: "a elite governante da Russia e China", "a elite financeira ocidental...Bilderberg, Council of Foreign Relations e Comissão Trilateral" e finalmente "a Fraternidade Muçulmana, as lideranças religiosas de vários países islâmicos e alguns governos muçulmanos".

Neste momento o regime de Kadafi já matou mais de 400 líbios que protestam em várias cidades pela queda do regime. As últimas notícias documentam que na cidade de Benghazi, já em poder dos que exigem a queda do governo, foram enterrados "onze corpos de soldados que se negaram a disparar contra os civís": os oficiais de Kadafi degolaram os soldados... Dois coronéis recusaram bombardear Benghazi e fugiram com seus aviões para a Costa do Marfim, onde pediram asilo político.

A onda de protestos continua varrendo o Oriente Médio. Pela televisão espanhola, Simon Peres, Primeiro Ministro de Israel, mostrou-se convicto de que os protestos que mobilizam "diversos países do mundo muçulmano, terão um efeito muito positivo no processo de paz do Oriente Médio, porque permitirão a solução...dos Estados democráticos baseados na ciência". Tenho dúvidas!

Uma pesquisa divulgado por Heitor de Paola, deixa bem claro que os muçulmanos não gostam da democracia no modelo ocidental. Em excelente e bem documentada análise, ele questiona a difícil coexistência entre a democracia e o islã; o artigo em 2 partes estã no endereço: http://www.heitordepaola.com/index.asp.

Na minha extrema ignorância e desinformação, tenho extrema curiosidade para saber o que o Professor Olavo e o Dr. Heitor de Paola, teriam a dizer sobre o papel de Israel, que parece sozinho e isolado neste cenário, mas tem o exército mais bem armado da região e o apoio inconteste dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Europa.

Fico imaginando, se entre os donos do mundo, entre os que decidem, os israelenses não se incluem no primeiro escalão. Fico imaginando até onde os serviços secretos destes países, que dominam a economia mundial atuaram na organização e coordenação destes protestos, que certamente vão mudar a correlação de forças no Oriente Médio e mandar para o exílio dourado alguns velhos ditadores.

Estou curioso para saber como os aiatolás que decidem e estão no governo de alguns daqueles países, aplicando impiedosamente a sharia, as leis divinas do islamismo, vão reagir. Aqui se pode sentir o enfrentamento entre duas crenças: a dos povos muçulmanos que definem o islã como única religião para o mundo e a dos sionistas que se autodenominam "povo eleito" por Deus.

É como apreciar uma luta entre titãs! E as consequências vão recair mais cedo ou mais tarde sobre todas as nações, porque, secundando o Prof. Olavo, a disputa pela hegemonia do Governo Mundial em fase final de imposição, está entre China/Russia e por outro lado Estados Unidos e os demais países controladores do mundo ocidental, entre os quais, ouso incluir o Estado de Israel.

As agências de espionagem física e eletrônica, as filiais das empresas globais, os bancos e suas agências, advogados, estrategistas militares e analistas econômicos, buscam informações e analisam as chances. Nós os mortais que buscamos o significado das coisas e nos arvoramos a exigir mais liberdade e respeito, costumamos ser pessimistas, mas sempre sobra uma luz de vela iluminando as potencialidades do homem.

Enquanto Adrian Salbuchi, um analista do Oriente Médio afirma que os "donos do mundo" estão manobrando a onda de protestos que tem todos os ingredientes para vir a ser uma guerra generalisada, nós ficamos com a informação de Luis Daufuar, do IPCO, dando conta da presença cada vez mais agressiva da economia chinesa entre nós.

Em 2010, quase um terço do total de investimentos estrangeiros no Brasil veio da China: têm interesses no petróleo, emprestaram 10 bilhões de dólares à Petrobrás, compraram 40% do campo petrolífero de Peregrino, sete empresas de transmissão de energia e uma mineradora. O fato é que a coalizão entre governos, bancos e mega empresas, deixam as nações cada vez mais endividadas, facilitando as mudanças impositivas na vida e na história.

A rede bancária interncional sempre sai ganhando, com a desgraça imposta às nações, cujos filhos servem de bucha de canhão para coletivistas, democratas, fundamentalistas e todos estes rótulos que desviam a gente do encontro com a sabedoria, do encontro com o Deus que cada um tem no coração, este sim, único! e quando reconhecido, o melhor amigo, condutor dos pensamentos, palavras e ações.











VINTE E DOIS ANOS DEPOIS, INIMAGINÁVEL

Por Percival Puggina

Tenho bem presente a comoção com que o mundo tomou conhecimento da queda do Muro de Berlim, seguida da derrocada dos regimes comunistas no Leste Europeu e do desmonte da União Soviética. Inimaginável: derrubavam-se estátuas de Lênin por toda parte, como atos simbólicos que marcavam o fracasso político, econômico e social do pior dos totalitarismos instalados ao longo do século 20. 

Inimaginável: não foi preciso mais de dois anos para que, deixando péssimos vestígios, se desfizessem as estruturas de poder estabelecidas nos 15 países constituintes da URSS. Inimaginável, mesmo então: nenhum desses países manteve o regime e a nenhum o regime retornou. Inimaginável: em diversos deles, os partidos comunistas foram banidos, ou melhor, foram varridos, como convinha, para a lixeira da memória, misturando-se ao nazismo, fascismo e odores de cebolas podres.

Não havia então internet, que hoje atua sobre as informações como um acelerador de partículas subatômicas, dessas capazes de atravessar quaisquer barreiras. Lembro que quando escrevi um artigo falando sobre as emocionantes cenas do povo derrubando estátuas dos tiranos comunistas, um jornalista de Santa Maria retrucou na edição seguinte do jornal local que eu estava espalhando informação falsa... 

Pois é, inimaginável. Passou-me sob os olhos, dias atrás, foto de uma estátua de Lênin, mantida no chão, nos arredores da cidade de Mogosoaia (Romênia), em decúbito dorsal, para lembrar que ele, como tantos seguidores e sucessores, foi apenas mais um mito com vontade de ferro, ideias de m... e pés de barro, tombado pela própria história.

Eis que 22 anos mais tarde, o mundo observa nova onda libertária formar-se, desta feita naquelas regiões quentes cortadas pelo Trópico do Câncer, no norte da África. Inimaginável também ela, porque, diferentemente das contrariedades que fermentavam no antigo Leste Europeu, os povos de tais nações sempre se mantiveram distantes dos ideais democráticos. Tanto era assim, que a democracia vinha sendo considerada como uma vocação ocidental, não necessariamente capaz de repercutir na alma dos orientais. 

É o que me dizia, outro dia, uma mocinha segundo quem a democracia era coisa importante para o Ocidente. Só para o Ocidente. Aliás, a menina tinha convicções ziguezagueantes. Para ela, a democracia se tornava algo inestimável (pelo qual valia a pena matar, morrer e usar o terrorismo) quando se referia ao tempo dos regimes militares da América Latina. Sumia entre as coisas inúteis quando relacionada às práticas internas dos Estados Unidos. Voltava a ganhar importância, inclusive no Oriente, se algum ditador obtinha proteção norte-americana. E se diluía num emaranhado de conceitos quando seus olhos caíam sobre a amada Cuba e a transgênere Venezuela.

Contemplando os recentes levantes naquela região, pude perceber um claro anseio por liberdade, esse fulgurante valor em cujo útero a democracia é concebida. Toda a insegurança que cerca as análises sobre o futuro desses movimentos repousa sobre dois riscos: a ainda imponderável força das correntes islâmicas radicais em cada país e a carência das instituições. Há professores que gastam horas de aula para criticar as Cruzadas ocorridas há mais de nove séculos, mas não abrem a boca para mencionar a Jihad islâmica, que começou no século 7º e nunca mais suspendeu sua guerra contra os "infiéis". 

Todos os estudantes brasileiros saem da escola tendo ouvido falar das Cruzadas. Mas desconhecem a palavra Jihad. É claro que você sabe por quê: 1ª) atacando-se as Cruzadas ataca-se a Igreja, cujos valores é preciso destruir para o triunfo da revolução cultural marxista; e 2ª) a Jihad escolheu os EUA como o grande satã, o berço do mal, que precisa ser aniquilado, e quem adota os EUA por inimigo imediatamente ganha lugar na sala, na cozinha e na cama dos promotores da revolução cultural marxista.

Isso quanto ao risco das forças islâmicas radicais. Sobre a questão institucional, é importante ponderar que a democracia precisa de boas instituições tanto quanto nós precisamos do ar que respiramos. E essas instituições estão, presentemente, indisponíveis na tradição regional. Será preciso construí-las. Coisa que, por exemplo, ainda hoje não alcançamos sequer em nosso país, onde gradualmente marchamos para a total desmoralização da política, daqueles que a fazem e para a completa centralização dos poderes político e econômico, num processo em tudo avesso à democracia e à saúde moral da pátria