domingo, 20 de fevereiro de 2011

A ÚLTIMA GUERRA?

Por Arlindo Montenegro

Voltam aos palcos das praças todas as cenas de experiências passadas no mundo inteiro. Repetem-se mais uma vez os tiros, mortes, prisões de gente insatisfeita com seus governantes e seus discursos venenosos, ameaçadores: Tunisia, Egito, Libia, Argelia, Bahreim, Djibuti, Irã, Costa do Marfim... Manifestações espontâneas? Legítima aspiração por liberdades democráticas? Fundamentalismo religioso? Coletivismo marxista? Europeísmo? Americanismo? Anti-sionismo?

Vai saber quem e durante quanto tempo, organizou estudantes, trabalhadores, partidos e grupos religiosos de tendências políticas diversas, para agir, sair às ruas exigindo mudanças na forma de governo, aqui ou acolá indefinidas, em franco desafio aos estados controladores, ricos e bem armados. Qualquer pessoa educada nos moldes da civilização ocidental, recusa a cultura dos castigos da sharia islâmica, postada como lei corrente em tantos estados do Oriente Médio.

Qualquer religioso fervoroso, recusa as práticas e crenças de outras religiões, que no final das contas têm a mesma origem, guardam as mesmas e repetitivas histórias colhidas da mais remota tradição, guardam os mesmos símbolos que podem ser vistos nos monumentos egipcios, aztecas, maias, budistas, hindús, judaicos e cristãos, como islamitas. Todos preservando a memória dos seus deuses.

As interpretações diferem. A ética e os comportamentos sugeridos para o bem estar espiritual, integridade da família, respeito à propriedade, defesa do próprio território, são similares, com a garantia de trilhar o caminho que conduz ao paraíso, que também é descrito com prêmios e castigos diversos. Caminhos diversos para chegar ao mesmo objetivo, ao mesmo fim ou recomeço no retorno à “morada” original, esta sim, comum a todos os viventes.

Mas estas são cogitações desconhecidas da gente que se expõe à ira dos governantes corruptos e que buscam perpetuar-se nos postos de poder por todos os meios. O povo está nas ruas, acreditando que as legítimas mudanças exigidas vão proporcionar nacos de liberdade e tranquilidade assegurada, para manter sua cultura essencial, estudar, trabalhar, criar filhos, venerar o Deus de seu coração e comemorar, recusando as guerras e sacrifícios sangrentos.

O paraíso na terra pressupõe a inocência e a cultura de virtudes, pressupõe a moralidade superior, contida nos ensinamentos esotéricos, cabalísticos, simbólicos, conscientemente manipulados por uns poucos, em sua maioria recrutados pelo poder das riquezas materiais, para exercer o controle total das gentes, para preservar o estado de ignorância e brutalidade, que conduz aos costumes mais rentáveis para todas estas formas de estado escravagista, disfarçados.

Querem implantar uma ordem mundial que subordine todas as nações à mesma política, aos mesmos códigos de justiça, a um só governo que ignora as características específicas de cada cultura. Trabalham para fazê-lo de modo suave ou utilizando os métodos terroristas mais brutais. O propósito é multi secular. Já controlam a informação, as comunicações e a economia global. Parece que agora decidiram acelerar o processo.

A conquista final envolve todos os territórios, todos os povos. E todos estão confusos, por que em algum ponto da história o valor essencial humano foi sequestrado e a gente passou a ser dependente de doutrinas e crenças distorcidas e elaboradas para manter a economia nas mãos de uns poucos e o estado a serviço da economia. O deus chamado de dinheiro impôs-se como valor maior e comprou as consciências para adotá-lo como finalidade da vida.

A moeda, uma invenção dos ourives judeus, favoreceu e beneficiou-se com todas as guerras. O povo judaico espalhado pelo mundo inteiro sempre esteve unido e ganhou sua faixa de terra para a constituição do Estado de Israel. O mesmo povo judeu sempre esteve no comando da economia norte-americana, ocupando posto relevantes no governo, tanto quanto na Inglaterra, em todos os estados europeus e mundo afora. Documentos pouco conhecidos a compra de propriedades entre a Argentina e Brasil, para a construção de uma segunda pátria judaica.

Os políticos dos Estados Unidos da América foram beneficiados por generosas doações de campanha e promoveram a formação do Estado de Israel, onde deveriam conviver em harmonia os que acompanharam os sionistas na formação do novo estado, pensando que Israel seria o lar de judeus, cristãos e muçulmanos, europeus e americanos, uma nação pacífica e pluralista, como rezam os documentos.

As políticas do Estado de Israel, como as políticas dos estados islâmicos, não podem ser compreendidas sem as tradicionais visões emanadas da concepção religiosa, que influi decisivamente nas leis, na organização e nas decisões de estado. O mundo discute os perigos inerentes ao fundamentalismo islâmico. O mesmo mundo ignora os perigos inerentes ao fundamentalismo sinonista, que afeta descendentes de judeus no mundo inteiro.

Os rabinos radicais parecem querem fazer de Israel uma teocracia, semelhante às teocracias islâmicas. Os judeus influentes e postados nos governos dos EUA, Europa e principalmente na Inglaterra, apoiam incondicionalmente a expansão territorial de Israel, que conta o mais poderoso exército e inteligência estratégica contra o terrorismo dos palestinos(?), que parecem buscar o mesmo que o povo judeu buscou e recebeu da comunidade internacional.

O conflito com sua características teocráticas parece insolúvel. As manifestações das populações organizadas nos estados islâmicos, clamando por mudanças na forma de governo, parecem a ante sala de confrontos maiores, decisivos para a hegemonia política, militar e teocrática na região. Alí se gesta uma guerra de proporções inimagináveis, provavelmente envolvendo o mundo, mais uma vez, em defesa... da democracia? Ou em defesa da hegemonia dos controles econômicos e territoriais?



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