terça-feira, 5 de agosto de 2014

VAI TUDO BEM

Sinto-me privilegiado.  Fui razoavelmente educado no lar onde vivi uma infância  e adolescência sob a autoridade de pais amorosos, como instruído numa escola onde os professores eram Mestres, empenhados em preparar mentes livres e curiosas para buscar o saber e a verdade.  

Realizei e perdi pequenas fortunas, com a ajuda dos planos monetaristas, de alguns "amigos" e da incapacidade comercial. Ajudei meia dúzia de pessoas com educação básica, superior e capacitação para o trabalho. Hoje cuidam de suas famílias de suas vidas guardando alguns princípios e valores que lhes rende o respeito. São pessoas honradas neste ambiente em que a honra aparece como ingenuidade.

Ainda busco respostas íntimas, pessoais, consciente de que estão todas na dependência da harmonia com o transcendente. Quanto ao ambiente externo, incontrolável e confuso, percebo que a natureza das coisas e das pessoas tem o seu próprio ritmo e movimentos constantes, guiados pela ordem ou pela desordem mental, fonte dos ordenamentos e desordens morais.

Minha mente busca entender as entrelinhas dos discursos correntes. Encontro as mesmas referências apontando para a construção de uma sociedade livre e um país soberano:  em debates, seminários, livros, estudos, relatórios  especializados, estatísticas elaboradas nos laboratórios "capitalistas" e "comunistas" numa espécie de convergência ideológica que desfila nas imagens e sons de velhos filmes - "Casablanca" ou "Cidadão Kane".- conhecidos de cor e salteado pelos que dedicam tempo a entender a vida e as relações humanas.

Meu espírito vagou carregado pelas emoçoes de bicho acossado. embaraçado. Pessoa desolada observando os homens afastados da verdade, acreditando no "saber" do Estado e no poder do cartão de crédito, distanciados dos campos da liberdade e da dignidade humana. Perdeu-se a capacidade de acionar as próprias forças para gritar: "Ei! ta emprensando a gente! Sai prá lá! 

Recuperar a liberdade física e espiritual, significa mais que sobreviver controlado por governantes e banqueiros internacionais, significa mais que sobreviver temendo as balas dos rotineiros tiroteios. Significa mais que  receber esmolas ou pagar juros escorchantes para suprir necessidades primárias - educação, saúde, segurança, informação, comunicação, eletricidade, gaz de cozinha, feijão com arroz, transporte - mantendo-nos distante das enfermidades mentais, das drogas, dos currais sugeridos ou impostos pelo Estado gigantesco e imoral.Um poder que deforma o significado das palavras, deforma o que vê, deforma o que toca e destrói as fontes de vida.

Ontem, todos os adultos assumiam e exerciam com responsabilidade a tarefa de lembrar aos jovens, incansavelmente, que a vida tinha significado mais sutil, maior e mais nobre. Pretendia-se a racionalidade a ser cultivada em associação com o espírito, o humor e as virtudes que identificavam a natureza humana em graus progressivos e positivos, distanciando a civilização dos atos  irracionais e agressivos próprios dos animais.

Hoje os animais são tomados como exemplos de comportamento natural, espontâneo, "civilizado" até. Explica-se porque um cão urina para marcar seu território ou cheira a traseira do outro para saber o que comeu, como está a saúde e o humor. Explicar os comportamentos dos governantes e a reação da sociedade atual, parece impossível. Bandidos instalados em postos governamentais e auxiliares periféricos desviam "mais de um trilhão de dólares" (referência da ONU) para a corrupção... 

Será cinismo? Será que os responsáveis por este tipo de deseducação têm plena consciência do estrago que fazem? Será que conhecem o âmago do que veiculam como informação em sua inteireza? Caso contrário, têm mesmo a intenção de manter o poder, custe o que custar e doa a quem doer, mesmo que seja destruindo vidas e semeando o veneno mental a partir do alimento espiritual servido no berço às mentes indefesas. Como decretando: morte à liberdade! Morte ao conhecimento! Viva a escravidão mental!

As pessoas que estão contribuindo para este cenário são "inocentes úteis" ou artesãs das caldeiras do inferno? Totalitarismo, oligarquias financeiras, bolsas de valores virtuais esculhambando com a economia mundial, quadrilhas governantes, quadrilheiros narcotraficantes, piratas modernos atuando em toda parte, instituições falidas!  As gentes sobrevivendo como baratas tontas, sem direção, sem crença no amanhã, sem normas de convivência, sem acreditar na própria força.

Perceptível é a guerra assimétrica entendida por bem poucos. Perceptível é a violência dos poderosos, cujas agendas são opostas ao que as nações aspiram. Perceptível é o desprezo pela vida, a desinformação, a confusão mental, as pressões ambientais, a propaganda subliminar que submete e aflige a gente numa farofa de contradições cínicas e infames.


O diabo existe! Sua cor é o vermelho! Será que ainda podemos contar com a proteção de Deus ou chafurdamos na miséria moral com as mentes viciadas pelos "modernos" comportamentos, veiculados e "cientificamente" aprovados pelo Estado coletivista para manter a ignorância e a infantilidade irresponsável e premeditada que já se tornou currículo nas escolas? Quem liga? Vai tudo bem!

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