Nascemos inocentes. A pureza e inocência nos envolve como faz com todas as formas de vida. Chega um instante em que nos ensinam coisas como andar, falar, comer e a mente começa a arquivar emoções construtivas umas e outras que apenas vão funcionar como pedras e lodo escorregadio durante a vida nesta condição.
É como se, isoladas em currais adjacentes, a experiência dos sabores ácidos e doces, o tato, o olfato e a audição e da visão fossem treinados para o contato com o que parece ser exterior. Mais tarde este complexo, treinado na percepção do seu limitado curral percebe que as cores e sabores, luz ou escuridão, calor ou frio noutros currais, parece ser diferente.
Depois de algum tempo aprendemos sobre um ser supremo, personificado que nos comanda à distância, invisível. Quem é? Quem somos? É infinito e eterno, sem princípio, sem fim e nós somos mortais, finitos no tempo. Tempo... Tempo? Uma avalanche de perguntas respondidas de modo tão diferenciado como as cores de legumes e frutas nas bancas de uma feira.
Paisagens de currais extremamente diferenciados chegam através dos nossos olhos: geleiras, desertos, mares, matas, caatingas, milharais, rios, animais, pássaros, cachoeiras... E nos dizem que tudo foi criado por Deus, de quem somos filhos... Um pai todo poderoso. O pai que está diante de nós e que guiou nossos primeiros passos é falível, mortal, mas tem uma coisa que é a proximidade, a disponibilidade, o sorriso ou cara feia, o beijo e o abraço.
No curral um tal de Darwin começou a falar há "centenas de anos" que o Pai Deus era uma invenção dos humanos. Que aquele sentimento de amor e a emoção do prazer eram fictícios. Que nesta condição sobravam os "mais fortes". Seriam os mais fortes os "escolhidos"? Estas coisas foram pensadas e ditas num tempo bárbaro, quando os maiores predadores tomavam as terras, as mulheres, os bens, dizimando os "inimigos".
Nesta forma de humanos, como numa corda bamba, a mente pende para um lado e para outro, bêbada. Poucos puderam manter e desenvolver a capacidade de perceber que as semelhanças e atividades externas de cada curral são complementares. Que um curral,como uma pessoa, necessita da outra para a aprendizagem continuada.
Chegamos ao momento em que podemos nos reconhecer como predadores de nos mesmos, predadores da vida. E que a vida é um complexo resistente como os átomos que integram nossas células renovadas a cada instante. Vida renovada. Vida eterna, que carrega formas de pensamento.
O quê? O nó na cachola se desfaz diante da mata florida que emoldura a campina verdejante onde um rio percorre seu leito para a alegria dos peixes. Átomos, energia pura, invisível, não material, vazio na eternidade. O que vejo é miragem? Ou estou em contato como parte deste Universo que alimenta as formas matemáticas. Há uma centelha do espírito da eternidade que é mais importante que este "eu".
Fixei que a "missão" é honrar e seguir admirando todas estas formas de energia infinita. Deus em sua natureza inalcançável, em sua presença unificadora, com qualquer nome, sempre esquecido e ensinado como apartado, está aqui.
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