terça-feira, 4 de agosto de 2009

UMA NOVA ORDEM MUNDIAL

Por Maria Lucia Victor Barbosa

Novus Ordo Seculorum
Os Estados Unidos emergiram para o mundo sob a divisa virgiliana: Novus Ordo
Seculorum. Era a idéia de uma nova ordem que traduzisse uma idade de ouro e os
norte-americanos se propunham a construir uma sociedade democrática, liberal,
onde predominasse a igualdade de oportunidades. Nas colônias inglesas
entranhava-se com força o pensamento liberal de John Locke, no qual se destacam
os direitos humanos traduzidos nos direitos naturais a que todos deviam ter
acesso: a vida, a liberdade, a possibilidade de se alcançar a felicidade.
Coroando a influência do liberalismo a importância da lei sintetizada na máxima
de Locke: “onde a lei acaba começa a tirania”.

O extraordinário progresso que foi sendo conquistado pelos Estados Unidos desde
o início perturbou terrivelmente os latinos. E no final do século XIX, princípio
do século XX, segundo Carlos Rangel em sua obra Do Bom Selvagem ao Bom
Revolucionário, “as classes dirigentes latino-americanas foram levadas a
formular explicações ou a procurar desculpas para o fracasso de suas sociedades
em comparação com a sociedade norte-americana”. Desde então a justificação para
nossas frustrações, nosso populismo, nossa incompetência, nossa corrupção,
nossas sociedades desiguais repousam numa afirmação simplista baseada em nítido
escapismo: a culpa de tudo é do imperialismo norte-americano.

Em 1992, Francis Fukuyama agitou o mundo acadêmico ao reapresentar a idéia do
fim da história, que teria como processo evolutivo final a democracia liberal.
Entenda-se por democracia liberal o sistema onde prevalecem as liberdades civis
– como a liberdade de expressão, de religião, de associação, de mercado, etc. –
as eleições livres, o multipartidarismo. Era a contraposição à teoria marxista,
segundo a qual o fim da história seria o triunfo do comunismo.

Recorde-se que na etapa anterior prevista por Marx, o socialismo, quando posta
em prática exibiu o avesso da democracia liberal, ou seja: anulação da vida
individual, nenhuma liberdade, banimento da democracia, impossibilidade de se
alcançar a felicidade num sistema onde a tirania estatal e do partido único
desrespeitaram completamente os direitos humanos.

Acredito que tanto Fukuyama quanto Marx, ao retomar cada um à sua maneira a
idéia do fim da história originária de Hegel se equivocaram porque na verdade a
história evolui em ciclos que alteram períodos de maior progresso aliado à
liberdade e etapas em que prevalece o atraso vinculado ao despotismo.

No momento certos fatos indicam que uma nova ordem pode estar se esboçando e com
ela a emergência de um novo governo mundial ou potência hegemônica, que
congregue forças assemelhadas e submeta aquelas que não forem convergentes com
seus interesses. E se governos invisíveis tramam no segredo de seus bastidores
as redes do poder capazes de manipular a quase totalidade do rebanho humano,
alguns acontecimentos e seus desdobramentos estão bem visíveis e alertam para
futuras mudanças que, naturalmente, não se darão em curto prazo.

Examinemos, então, primeiramente o que ocorre na América Latina:

Na América Latina emerge com mais força o Foro de São Paulo, aglomerado de
partidos de esquerda, narcoguerrilheiros, terroristas.
Esta entidade que teve entre seus fundadores Lula da Silva é freqüentada por
assessores influentes do presidente como Marco Aurélio TOP TOP Garcia, o
chanceler de fato, quem realmente comanda nossa política externa.

O fortalecimento do Foro de São Paulo foi favorecido pela ascensão do despótico
Hugo Chávez, que ao mudar a Constituição da Venezuela depois de dominar o
Legislativo e o Judiciário com o fito de perpetuar-se no poder, ensinou o
caminho da falsa democracia aos seus seguidores e simpatizantes.

Chávez tem exercido influência cada vez maior na América Latina e os que não o
acompanham sofrem consequências. Assim, o venezuelano arma as Farc para destruir
o poder de Uribe na Venezuela e prega o aniquilamento da resistência na pequena
e valente Honduras, que expulsou outro seguidor seu, o presidente deposto,
Manuel Zelaya, que estava prestes a seguir os métodos chavistas de perpetuação
no poder em flagrante desrespeito à Constituição de seu país.

O Brasil, que devia ser o líder regional, acompanha Chávez e entrega
vergonhosamente o que é nosso para compadres vizinhos, além de se associar ao
que há de pior no mundo.

Nos Estados Unidos, o vitorioso Barack Hussein Obama, saudado em todo o planeta
como o cara que salvaria o mundo da crise econômica, levanta por suas atitudes
populistas e pela complacência com certos governos, dúvidas sobre a continuidade
da ordem mundial que privilegiou a democracia e o liberalismo. Já se fala no G2,
ou seja, Estados Unidos e China e muitos profetizam que a China será a futura
potência mundial.

Em Jerusalém, onde houve protestos contra a política de Obama que se opõe a
construção de assentamentos em Jerusalém oriental, disse o rabino Eliezer
Waldman: “Esteja atento, Obama”. “Esta audácia irá acarretar a queda da
liderança americana”.

Será que a queda está programada? Será que já começou? Em todo caso, a serem
mantidas as características do momento a nova ordem mundial que delas se esboça
não parece nada agradável para se viver.

Um comentário:

  1. Na realidade, Obama está se mostrando um Lula alfabetizado, ou um similar americano de Sarkozy. Desde sua posse, nada de concreto realizou, além de demonstrar capacidade de matar moscas em voo, dançar com sua esposa, exibi-la como modelo de membro do "jet-set", mostrar sua "simplicidade" no trato com subordinados e outras atitudes periféricas. De útil mesmo, nada. A mídia amestrada atribuiu a ele o sucesso na libertação das jornalistas pela Coréia do Norte, porém o crédito deve ser dado unicamente ao "reprodutor paraguaio" Bill Clinton. E assim vai sendo mantido o mito do "salvador da pátria". Até quando, não se pode prever, mas os norte-americanos, com certeza, são bem menos crédulos que "los cucarachas de abajo del Equador".

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