O “spin” (giro) é uma técnica de propaganda, utilizada para a manipulação científica das percepções do público. A informação sobre a pessoa, o objeto da propaganda, a “imagem do produto vendido” é tratada de modo que “o rebanho seja conduzido” a aceitar e consumir, emocionalmente, sem pensar.
A manipulação científica utiliza a informação falsa para que o público “compre” o produto mascarado ou “adote” a idéia, a “palavra de ordem” ou a promessa genérica, como fato verdadeiro. Um colorido Brasil, “um país de todos”, pertence a que “todos”? Todos os bancos? Todos os políticos? Todos os velhos oligarcas?
Assim, a palavra de uma “autoridade” em políticas governamentais, em ciências, em artes, de um articulista ou apresentador de tv é medida e condicionada para induzir e controlar as pessoas sem que elas percebam, nos marcos das políticas oficiais, maioria delas elaboradas por organismos internacionais.
"Aqueles que manipulam o sutil mecanismo social constituem um governo invisível, que é o verdadeiro poder governante de nosso país. Nós somos governados, nossas mentes moldadas, nossos gostos formados, nossas idéias sugeridas, plenamente, por homens que nós nunca ouvimos falar.” Este é um trecho do livro “Propaganda” de Edward Bernays, livro que nunca foi editado no Brasil.
Antes de antigamente, as pessoas cultas aprendiam a “ler nas entrelinhas” a intenção oculta, ouvir a mensagem mascarada no discurso. Os estudantes aprendiam a analisar e interpretar textos, redigir cartas, relatos, composições, utilizando as figuras gramaticais bem conhecidas. A escola moderna parece não ter interesse nisso. Assim as pessoas são condicionadas para absorver mais facilmente a propaganda.
Formam-se vorazes consumidores, alienados dessa “coisa chata e sem graça” que é a vida política, todos dominados por uma conduta social imposta sem o mínimo entendimento dos processos mentais. Assim se facilita o trabalho dos peritos a serviço do “governo invisível”: pesquisar, localizar e montar as “campanhas” que carregam “palavras chave”, as armas de controle das mentes. Há quase um século os especialistas em propaganda adotam como fundamento para suas criações que “a democracia real é perigosa”.
Entendeu agora por que os comunistas adotaram palavras chave como “liberdade”, “democracia”, “direitos”, “justo”, “igualdade”, “liberdade”, “distribuição de renda”, “cidadania”?... Por que estas palavras estão presentes em todas as falas políticas? São as conquistas democráticas que a população deseja conservar. Conquistas da civilização ocidental, que os controladores no domínio do Estado, estão cercando e reduzindo cada vez mais.
Quando, religiosamente, a família se reúne para ver e ouvir as notícias e as novelas, a hipnose coletiva funciona com maior intensidade. Os crimes, acidentes, desastres naturais, comportamentos brutais, imoralidade dos políticos, fraqueza da justiça, incapacidade de policiais para manter a segurança pública, guerras, são fornecidos como ração diária para manter o medo.
Na seqüência, uma ou outra mensagem institucional, informando que na saúde, na segurança, na educação das crianças, na economia, na política, tudo vai bem e “vamos fazer isto ou aquilo para melhorar”. Que alívio, não é? Entram as novelas, os talk show, as variedades para fornecer a ração comportamental progressista, anulando valores tradicionais e acentuando o niilismo e a libertinagem.
E as mentiras são repetidas a cada dia, todo santo dia, tornando-se um hábito, uma droga que parece situar as pessoas sobre coisas muito importantes. De fato, fixam o medo e estimulam o sentimento de incapacidade diante do que parece irremediável.
O que de fato está ocorrendo e que interessa é omitido. Os noticiários nunca relacionam os desastres e comportamentos irresponsáveis às políticas correntes do governo. Também não esclarecem que a palavra “oligarquia” significa a concentração de todos os poderes do Estado nas mãos de uns poucos. Quase não se fala nas famílias que controlam econômica e politicamente cada Estado, há gerações, que nem a família Sarney no Maranhão.
Ou passando para o plano internacional vizinho, como a família Castro na ilha prisão de Cuba. Nossa miséria intelectual está programada para aplaudir “ídolos”, falsos “heróis”, mitos construídos pela propaganda. Estes senhores no poder, continuam a utilizar a pobreza e ignorância alheia para perpetuar a ladroagem, para rechear seus discursos com palavras chave emocionais e permanecer sugando a nação, “secretamente”, na paz e amor dos privilégios inconfessáveis.
Refs: “As portas da percepção”, artigo do Dr. Tim O 'Shea
“Propaganda”, Edward Bernays, Editora Mareantes, Portugal, 2002
Deus do céu... Esse texto é um soco na boca do estômago. Ainda bem que não é na minha. Adorei!!! Precisamos aprenter a ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.
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