Por Arlindo Montenegro
Independência pressupõe liberdade, capacidade de governar-se sem sujeição financeira. Independência pressupõe leis próprias e ausência de qualquer subordinação. A independência de uma nação está condicionada à ocupação e poder de defesa de seu território, para que os cidadãos não sejam, escravizados por outra nação, como ensina Aristóteles.
Na verdade o poder de defesa do Brasil depende de vontade política e investimentos. Uma coisa é a necessidade real de garantir a continuidade, em paz e segurança, dos que trabalham. Outra coisa é o torto critério de decisão que a ideologia do “tudo pelo social...ismo” utiliza para dividir os recursos econômicos, na base do 20 prá mim e dois pra vocês...
Uma coisa é a necessidade de defesa, outra coisa é a vontade de manter e aprofundar a incapacidade de defesa e o desespero da população, abrindo caminho para a tal sociedade internacionalista sob um governo mundial. Quanto tempo falta? Não sabemos. Não temos acesso a decisões sobre o nosso futuro.
As Forças Armadas semi desmobilizadas e sub utilizadas são comandadas por civis que nada entendem de defesa e lhes falta capacidade operacional para dissuadir um ataque, mesmo que de um mequetrefe louco que, no ambiente de guerra assimétrica, conte com o apoio e logística de uma das nações potencia, que queiram oportunamente vender arsenais obsoletos.
Com a globalização, estamos conhecendo mais uma faceta da guerra assimétrica que envolve as nações. Nos arsenais dos poderosos estão os instrumentos mortíferos da mais avançada tecnologia: basta informar um computador, acionar um “enter” e o míssil ou a ogiva voa na direção de qualquer alvo escolhido.
Para os “dependentes” sobram as sucatas da ultrapassada guerra “regular”, vendidas por alto preço, para que se mantenham as guerrinhas dos oligarcas locais, já dependentes e com sua economia controlada pelos que, dominando os recursos financeiros do planeta, podem castigar ou premiar áreas de interesse, com os créditos essenciais, sempre amarrados a contratos convenientes.
Neste ambiente de guerra assimétrica, destacam-se os “verdes” radicais, também conhecidos como ecochatos . Baseados (melhor dizendo, com sede e originários) nos países “desenvolvidos” e atuando preferencialmente nos países ditos não desenvolvidos, prometem salvar o planeta (não sei de quê) praticando esportes radicais.
Recentemente, o chefão da Greenpeace, referindo o crescimento rumo à independência econômica, disse que: “os países que já se desenvolveram, ótimo. Quem não se desenvolveu, que fique como está, a serviço dos desenvolvidos.” Bate com a tese de coautoria de um jovem sociólogo, há meio século. Bate com os projetos da Unicef, da Onu, do Diálogo Interamericano e outras instâncias tomadas por anancéfalos socializantes.
O sociólogo e ex presidente Fernando Henrique, foi co autor de "Dependência e desenvolvimento na América Latina": em tese os países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Ou seja a implícita suposição de que somos incapazes de ser livres e devemos nos submeter à escravidão.
Há meio século, este acadêmico marxista ou “marxiano”, defensor da liberação de drogas, já formulava sua contribuição para manter-nos na dependência econômica, na miséria moral e intelectual. Eleito presidente, abriu as portas para que a USP, um centro de ensino tradicional e respeitável, se transformasse em centro exclusivo dos ensinamentos de adoradores de A. Gramsci.
A partir de então a erva daninha espalhou-se por toda a rede de ensino brasileiro, sufocando a possibilidade de diálogo, pesquisa livre e objetividade racional, direcionada para a ampliação dos espaços de independência e liberdade. A polêmica racional foi substituída pelo xingamento e grosseria como resposta comunicação(?) com os oponentes
O Brasil dependente dos surdos e cegos, das presas fáceis das políticas internacionalistas, dos seguidores de “palavras de ordem” ganhou mais espaço com a chegada ao poder do homem que se jacta de ter chegado ao poder sem um título superior. Que possibilidade nos resta para resgatar o pouco de independência e dignidade perdida?
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