segunda-feira, 13 de abril de 2015

VI E ME DISSERAM

No meio da avenida Paulista, pedi e me deixara subir ao caminhão do som. O intuito era divisar o tamanho da manifestação. Eram as 16.30 hs. Da Praça Osvaldo Cruz ao cruzamento com a Av. Consolação estavam cobertas de verde e amarelo as pistas e calçadas. Vale lembrar que na manifestação de Março, o limite era a Av. Brigadeiro Luiz Antonio... Espaço bem menor para o cálculo de um milhão e duzentas mil pessoas.

Anotamos outra observação: o cálculo deixou de milhares de pessoas nas ruas adjacentes à Av. Paulista. E os analistas também omitiram um fato: os trens das 3 linhas da CBTM não circularam, o que impediu  o deslocamento de um grande número de pessoas. Mais ainda: o Metrô fechou algumas das principais estações de acesso à Av. Paulista. 

Somando tudo, pode-se dizer sem sombra de dúvida que sem os "entraves", lembrando os paulistanos impedidos de chegar à manifestação, o evento e a consciência que começa a mobilizar os brasileiros para ensaiar o exercício do poder direto, como manda a Constituição, insatisfeito com o desempenho dos "representantes", é bem maior que no mês anterior, 15 de Março.

Outro fato é que triplicou o número de municípios onde as pessoas se manifestaram. Alguns nem serão lembrados pelos contadores desta história. Outro fato significativo que presenciei, foi o número de grupos de discussão que se formaram nas calçadas e bares, uns defendendo as formas legais de afastar rapidamente os governantes do primeiro escalão e outros falando que o melhor seria a renúncia.
Uns contra e outros mais experientes e mais vividos apelando pela intervenção militar, única instituição que ainda conta com a credibilidade de mais de 60% da nação.

O pedido de prisão do sr. Luiz Inácio soou várias vezes e estava nos cartazes, lembrando "a maior corrupção da história da humanidade"; aplausos para o Juiz Moro e à Polícia Federal, faxina no BNDES e outros diversos apelos, nas faixas, cartazes e discursos aplaudidos pela multidão, exibiam a consciência sobre a podridão avassaladora que o governo do crime organizado fomentou, contaminando profundamente a vida cultural e econômica da nação.

Fora PT! Era uma síntese da insatisfação geral. Fico aqui pensando com meus botões: os juristas dizem que o impeachment é difícil ou impossível ou um processo muito longo; os economistas dizem que o governo é perdulário e sem uma solução política a economia está atravandada, amarrada... A renúncia, não é esperada. Embora a economia esteja nas mãos de um Chicago Boy, cuja agenda passa pelas soluções mais duras, "cortando as pernas do defunto para caber no caixão", isto é ignorando a gente de carne e osso e privilegiando os números, impostos, gastos... 

O país estará paralizado num panorama internacional desfavorável para a venda de comodities (ferro, grãos, suco de laranja...) cujas cotações estão baixas no mercado internacional. O Estado falido precisa tapar o rombo de mais de 3 trilhões... Aumenta impostos? Deixa a gente passando fome como na Venezuela? O Estado Democrático de Direito está ameaçado em virtude das práticas do PT no governo?

Como andam os combates à guerrilha que surgiu no norte? Que interesses externos - do Foro de São Paulo, Unasul e da Hierarquia do Poder da Nova Ordem Mundial - estão conspirando contra o Brasil? Como fazer para defender-nos? Com a imprensa e televisão sofrendo a cdnsura velada, como vamos informar-nos? Por que o silêncio da FIESP e outras instituições cautelosas nos novos investimentos empresariais que já começaram a despedir empregados?

Os formadores de opinião que se dizem representantes da igreja católica estão comprometidos com o governo e sua ideologia nefasta, até o talo: cristãos apoiando comunistas! E toda esta gente diz que defende o estado democrático de direito. Olho pra um lado, para o outro e a única garantia que está sendo exercida como característica do estado democrático de direito é a manifestação de insatisfação nas ruas, espontânea, ajudada por grupos com opinião incoerente, incongruente. 

Alguma coisa "não bate", algum elemento insólito parece encoberto tentando desviar a natureza profunda, a tentativa que cada pessoa mal informada carrega no coração e expressa nos cartazes: mudança já, para ontem, nunca para o futuro, nunca nas mãos de um grupelho que oferece reformas habilidosamente manipuladas pelos mesmos responsáveis da situação caótica que tende levar-nos, desarmados, a uma guerra civil.

Só quem pode deter a tragédia são as Forças Armadas. Poucos representantes e políticos ainda podem liderar tal decisão. Estamos esperando que algo de positivo possa emergir deste enfrentamento de lobos em pele de cordeiro, prontos para submeter a nação em mais um engodo.

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