sexta-feira, 17 de abril de 2015

"UM PARTIDO PARA TEMPOS DE GUERRA"

O Partido dos Trabalhadores  se prepara para realizar o seu 5to. Congressso, em Salvador, na Bahia, entre os dias 11 e 13 de Junho de 2015. O caderno de teses, disponível no site do partido (www.pt.org.br) Logo na primeira página a análise conjuntural traz a chamada: "Ocupar as ruas, construir uma Frente Democrática e Popular, mudar a estratégia do Partido e a linha do governo."

Logo adiante os insanos afirmam que ampliaram o bem estar social, geraram empregos e aumentaram o poder aquisitivo da população, adotaram exitosos programas de moradia, saúde e outros... Dizem que cuidaram da soberania nacional através de uma política externa "altiva e soberana" fortalecendo (com o significado de ampliando o tamanho)  o estado... Avanços que explicam nossas vitórias em quatro eleições presidenciais consecutivas."  Mas não fomos capazes de realizar transformações estruturais (...) a oposição de direita, o oligopólio da mídia e o grande capital desencadearam uma ofensiva geral que inclui a desmoralização política e ideológica do petismo.

Entre as tarefas propostas pelas várias correntes internas do PT, destacam-se: "ocupar as ruas..." , "Criar uma frente popular em defesa da democracia e das reformas" , "Mudar de estratégia combinando luta institucional, social e cultural", "a revogação das medidas de ajuste recessivo; o combate à corrupção; a reforma tributária com destaque para o imposto sobre grandes fortunas; a defesa da Petrobrás e da industrialização nacional; a ampliação das políticas públicas universais como saúde e educação; a reforma política e a democratização da mídia. Alterar a linha do governo... Para derrotar a direita, se contarmos com a ajuda do governo."

Mudar o próprio PT (...) um partido para tempos de guerra. Trabalhar a convocação de uma "Assembléia Constituinte com participação popular", lançando uma pesquisa com a pergunta: "Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?" O documento segue referindo a reforma política conservadora como "judicialização da política e criminalização da mobilização social" censurando o que chama de violência policial fascista que atinge os pobres das periferias. A propósito, defende  "o fim da guerra às drogas e abrir um amplo debate com a sociedade sobre o tema da descriminalização das drogas", entre outros "direitos humanos".

A manifestações do 15 de Março são citadas: "Em anos mais recentes, a direita e a extrema direita, passaram a ganhar espaço nas redes sociais, com suas intervenções preconceituosas, violentas e grosseiras. (...) A mobilização da direita visa criminalizar não só o PT e o conjunto dos partidos de esquerda, mas também a classe trabalhadora nas suas mais diversas expressões, organizações e movimentos: os sem-terras, os sem-tetos, os sindicatos combativos, os grupos e entidades populares etc." e para enfrentar isto a tolerância é zero "com a facção golpista da direita." O momento é uma "encruzilhada extremamente perigosa e totalmente desnecessária... Pequenas defecções em nossa base podem nos levar a uma derrota global... nosso país é o "elo mais fraco” da corrente de governos progressistas e de esquerda na região." E afirma que "a classe capitalista é o inimigo estratégico", pelo que "os socialistas necessitam de grandes conflitos e rupturas."

Resumindo, os petistas querem uma agência de notícias, midias digitais articuladas com ação contínua nas redes sociais como instrumento para a batalha de idéias e a produção de um jornal diário de massas que oriente para o socialismo. Para tanto indicam uma Lei da Mídia Democrática, reverter a política de participação dos grupos sociais na gestão do governo, desmilitarizar as Polícias Militares e promover a "revisão da Lei da Anistia de 1979 e com a punição dos torturadores." Incluem todas as agendas verdes: reciclagem, energias limpas, emissões de carbono, mudanças climáticas"... Tudo quanto emana da ONU. E grafam: "Necessitamos tornar hegemônicos os valores democráticos, populares e socialistas."

É risível a defesa que fazem sobre o  "êxito da gestão encabeçada por Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo", o ataque a Eduardo Cunha e para alcançar o êxito, o combate à corrupção e a cassação de Jair Bolsonaro. Demonstram um profundo desrespeito ao trabalho e esforço individual afirmando que "carro, universidade, shopping center, viagem de avião, etc. eram apenas coisa da elite. Essa nova geração não reconhece que a melhoria de vida de grande parte da população é mérito do PT." Mais adiante lê-se sobre a necessidade de  "intensa pressão social e constituir uma frente popular orgânica com outros partidos de esquerda e entidades como a CUT, UNE, MST, MNLM, CMP, CONAM e outras". Surpresivamente referem o fim da influência das práticas eleitorais burguesas, como a compra de votos nos processos internos do partido.

Diz o documento: "Um partido de trabalhadores não pode depender de recursos financeiros doados pelo empresariado, seja para fazer campanhas eleitorais, seja para conduzir o cotidiano da vida partidária"... Vão ampliar o dízimo? Vão assaltar bancos? Ou vão receber doações externas das Farc e dos militares e políticos narcotraficantes que governam a Venezuela? De alguma Fundação internacional como a Ford? Dos financiadores de Ongs que introduziram às centenas - WWF, Greenpeace, Friends of the Earth, CIDA, Clube dos 1000 do príncipe Bernardo da Holanda, Clube de Roma, ou será da ECOA e do Instituto Centro da Vida que estão na coalizão internacional Rios Vivos? Afinal são mais de 300 ongs ricas e atuantes no Brasil. Todas amigas do PT que defende as políticas verdes.

Dizem mais: "Há o risco de formação de um grande partido de extrema direita, permanentemente mobilizado, agressivo, violento." E que as elites " souberam captar a insatisfação existente com o momento econômico, insuflando um clima de corrupção generalizada, a partir da crise da Petrobrás. Há nítida flagrante seletividade na indignação com a corrupção." Portanto é necessário "aumentar o poder de pressão e construção de uma agenda política unitária"... diante da existência de "três grandes razões para colocar o tema do socialismo como prioridade na agenda atual: o aumento das desigualdades, o desrespeito aos direitos humanos, e o aprofundamento da crise ambiental... A construção do socialismo é tarefa urgente e necessária e precisa ser conquistado com democracia, através da de hegemonia cultural..." das drogas, sexismo e violência que eles atribuem aos conservadores e à polícia brutal.

Na luta de rua, é necessário isolar as forças da direita. " Nossos jovens filiados, desde a base até os que são dirigentes, devem estar preparados para esta nova etapa da luta de esquerda. Para isso, uma das tarefas importantes será promover a formação política da juventude, por meio de instrumentos como a Fundação Perseu Abramo e os próprios diretórios zonais/municipais/estaduais, além de empoderar jovens, mulheres, negros e minorias, dando vitalidade aos fóruns de discussão e permitindo uma atualização e mudança das práticas incondizentes com o peso, a força e as esperanças depositadas no Partido dos Trabalhadores." No recrutamento de novos filiados, levar em conta a classe, o recorte etário, o gênero e a etnia. Isto é racismo?

A direita é responsabilizada por constantes e virulentos ataques ao Foro de São Paulo. Isto demonstra quão "subversiva e fundamental é a ideia do internacionalismo, e portanto deve ser parte estruturante do nosso projeto de sociedade." Isto também causa danos na juventude "que não vivenciou o cerceamento de direitos e o conservadorismo exacerbado da ditadura, a inflação, o desemprego em massa, a fome e a ausência de perspectiva." A desconstrução cultural os atingiu em cheio. Nem lembram do Lula falando do pleno emprego que possibilitaria a eleição direta do "ditador" Médici.

Voltaremos ao assunto. Mas fica claro que o que estão preparando é mesmo uma reação que nos pode levar ao status de uma mega Venezuela. Isto é essencial ao projeto internacionalista do Foro de São Paulo. Só cego, mouco e chefe militar é que não percebe.




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