O Partido dos Trabalhadores se prepara
para realizar o seu 5to. Congressso, em Salvador, na Bahia, entre os dias 11 e
13 de Junho de 2015. O caderno de teses, disponível no site do partido
(www.pt.org.br) Logo na primeira página a análise conjuntural traz a chamada:
"Ocupar as ruas, construir uma
Frente Democrática e Popular, mudar a estratégia do Partido e a linha do
governo."
Logo adiante os insanos afirmam que ampliaram
o bem estar social, geraram empregos e aumentaram o poder aquisitivo da
população, adotaram exitosos programas de moradia, saúde e outros... Dizem que
cuidaram da soberania nacional através de uma política externa "altiva
e soberana" fortalecendo (com o significado de ampliando o tamanho) o estado... Avanços que explicam nossas
vitórias em quatro eleições presidenciais consecutivas." Mas não fomos capazes de realizar
transformações estruturais (...) a oposição de direita, o oligopólio da mídia e
o grande capital desencadearam uma ofensiva geral que inclui a desmoralização política
e ideológica do petismo.
Entre as tarefas propostas
pelas várias correntes internas do PT, destacam-se: "ocupar as ruas..." , "Criar uma frente popular em defesa da democracia e das reformas" ,
"Mudar de estratégia combinando luta institucional, social e
cultural",
"a revogação das medidas de ajuste recessivo; o combate
à corrupção; a reforma tributária com destaque para o imposto sobre grandes
fortunas; a defesa da Petrobrás e da industrialização nacional; a ampliação das
políticas públicas universais como saúde e educação; a reforma política e a democratização
da mídia. Alterar a linha do governo... Para derrotar a direita, se contarmos
com a ajuda do governo."
Mudar o próprio PT (...) um partido para tempos de guerra. Trabalhar a convocação
de uma "Assembléia Constituinte com participação popular", lançando
uma pesquisa com a pergunta: "Você é a favor de uma constituinte exclusiva
e soberana sobre o sistema político?" O documento segue referindo a
reforma política conservadora como "judicialização da política e
criminalização da mobilização social" censurando o que chama de violência
policial fascista que atinge os pobres das periferias. A propósito,
defende "o fim da guerra às drogas e abrir um amplo debate com a sociedade
sobre o tema da descriminalização das drogas", entre outros "direitos
humanos".
A manifestações do 15 de Março
são citadas: "Em anos mais recentes, a direita e a extrema direita,
passaram a ganhar espaço nas redes sociais, com suas intervenções
preconceituosas, violentas e grosseiras. (...) A mobilização da direita visa
criminalizar não só o PT e o conjunto dos partidos de esquerda, mas também a
classe trabalhadora nas suas mais diversas expressões, organizações e
movimentos: os sem-terras, os sem-tetos, os sindicatos combativos, os grupos e
entidades populares etc." e para enfrentar isto a tolerância é zero "com
a facção golpista da direita." O momento é uma "encruzilhada
extremamente perigosa e totalmente desnecessária... Pequenas defecções
em nossa base podem nos levar a uma derrota global... nosso país é o "elo
mais fraco” da corrente de governos progressistas e de esquerda na região."
E afirma que "a classe capitalista é o inimigo estratégico", pelo que
"os socialistas necessitam de
grandes conflitos e rupturas."
Resumindo, os petistas querem
uma agência de notícias, midias digitais articuladas com ação contínua nas
redes sociais como instrumento para a batalha de idéias e a produção de um
jornal diário de massas que oriente para o socialismo. Para tanto indicam uma
Lei da Mídia Democrática, reverter a política de participação dos grupos
sociais na gestão do governo, desmilitarizar as Polícias Militares e promover a
"revisão da Lei da Anistia de 1979 e com a punição dos torturadores."
Incluem todas as agendas verdes: reciclagem, energias limpas, emissões de
carbono, mudanças climáticas"... Tudo quanto emana da ONU. E grafam:
"Necessitamos tornar hegemônicos os valores democráticos, populares e
socialistas."
É risível a defesa que fazem
sobre o "êxito da gestão encabeçada
por Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo", o ataque a Eduardo Cunha
e para alcançar o êxito, o combate à corrupção e a cassação de Jair Bolsonaro. Demonstram
um profundo desrespeito ao trabalho e esforço individual afirmando que "carro,
universidade, shopping center, viagem de avião, etc. eram apenas coisa
da elite. Essa nova geração não reconhece que a melhoria de vida de grande
parte da população é mérito do PT." Mais adiante lê-se sobre a necessidade
de "intensa pressão social e constituir
uma frente popular orgânica com outros partidos de esquerda e entidades como a
CUT, UNE, MST, MNLM, CMP, CONAM e outras". Surpresivamente referem o fim
da influência das práticas eleitorais burguesas, como a compra de votos nos processos internos do partido.
Diz o documento: "Um
partido de trabalhadores não pode depender de recursos financeiros doados pelo
empresariado, seja para fazer campanhas eleitorais, seja para conduzir o
cotidiano da vida partidária"... Vão ampliar o dízimo? Vão assaltar
bancos? Ou vão receber doações externas das Farc e dos militares e políticos
narcotraficantes que governam a Venezuela? De alguma Fundação internacional
como a Ford? Dos financiadores de Ongs que introduziram às centenas - WWF,
Greenpeace, Friends of the Earth, CIDA, Clube dos 1000 do príncipe Bernardo da
Holanda, Clube de Roma, ou será da ECOA e do Instituto Centro da Vida que estão
na coalizão internacional Rios Vivos? Afinal são mais de 300 ongs ricas e
atuantes no Brasil. Todas amigas do PT que defende as políticas verdes.
Dizem mais: "Há o risco de formação de um grande partido de extrema
direita, permanentemente mobilizado, agressivo, violento." E que as elites
" souberam captar a insatisfação existente com o momento econômico,
insuflando um clima de corrupção generalizada, a partir da crise da Petrobrás.
Há nítida flagrante seletividade na indignação com a corrupção." Portanto
é necessário "aumentar o poder de pressão e construção de uma agenda
política unitária"... diante da existência de "três grandes razões para colocar o tema do socialismo
como prioridade na agenda atual: o aumento das desigualdades, o desrespeito aos
direitos humanos, e o aprofundamento da crise ambiental... A construção do socialismo é tarefa urgente e
necessária e precisa ser conquistado com democracia, através da de hegemonia
cultural..." das drogas, sexismo e violência que eles atribuem aos
conservadores e à polícia brutal.
Na luta de rua, é necessário
isolar as forças da direita. " Nossos jovens filiados, desde a base até os
que são dirigentes, devem estar preparados para esta nova etapa da luta de
esquerda. Para isso, uma das tarefas importantes será promover a formação
política da juventude, por meio de instrumentos como a Fundação Perseu Abramo e
os próprios diretórios zonais/municipais/estaduais, além de empoderar jovens,
mulheres, negros e minorias, dando vitalidade aos fóruns de discussão e
permitindo uma atualização e mudança das práticas incondizentes com o peso, a
força e as esperanças depositadas no Partido dos Trabalhadores." No
recrutamento de novos filiados, levar em conta a classe, o recorte etário, o gênero
e a etnia. Isto é racismo?
A direita é responsabilizada por constantes e virulentos
ataques ao Foro de São Paulo. Isto demonstra quão "subversiva e fundamental é a ideia do internacionalismo, e portanto
deve ser parte estruturante do nosso projeto de sociedade." Isto também
causa danos na juventude "que não
vivenciou o cerceamento de direitos e o conservadorismo exacerbado da ditadura,
a inflação, o desemprego em massa, a fome e a ausência de perspectiva." A
desconstrução cultural os atingiu em cheio. Nem lembram do Lula falando do
pleno emprego que possibilitaria a eleição direta do "ditador"
Médici.
Voltaremos ao assunto. Mas fica
claro que o que estão preparando é mesmo uma reação que nos pode levar ao
status de uma mega Venezuela. Isto é essencial ao projeto internacionalista do
Foro de São Paulo. Só cego, mouco e chefe militar é que não percebe.
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