quinta-feira, 14 de maio de 2009

O ESTADO CONTRA O POVO

Por Arlindo Montenegro

O mundo, a vida é mais complexa que a certeza dos governantes e seus cientistas, economistas, políticos que odeiam o debate e vivem distanciados da realidade nua e crua. Para eles o mundo se resume a reservas estratégicas, estatísticas, juros e estruturas sociais controladas, obedientes ao Estado. São os arrogantes senhores da guerra continuada: o Estado contra o povo!

Em todas as épocas os governantes agem como que destituídos de consciência. A consciência sobre os atos gera as ações obrigatórias de interesse primordial para o bem comum. A estrutura do poder ignora realidades complexas e diversas, ignora a consciência que move os homens para as obrigações de proteção da família e do território donde retira o sustento e onde enterra seus mortos.

A educação para a liberdade lúcida e comprometida com o semelhante é atirada ao lixo sempre que a solução prestigia os guerrilheiros urbanos que espalham terror, o racismo e o ódio entre grupos. A incompetência grosseira escolheu deixar matar com tiro ou bomba, morrer em filas de ambulatórios, nas cadeias, de frio ou fome nas ruas ou em trabalhos forçados.

Criam justificativas teóricas e filosóficas na esteira de Marx, Engels e seus seguidores, capazes de malabarismos mentais para decidir por todos sem considerar a liberdade, sem atentar para os deveres de consciência ativa, apropriados nas pessoas que ocupam cargos administrativos duma nação.

Das "grandes civilizações" européias, vieram nossos primeiros colonizadores - portugueses, franceses, holandeses, ingleses - e mais tarde, por questões geopolíticas e economicas a influência dos EUA foi preponderante. Todos formaram seus grupos locais em defesa dos interesses coloniais. Ensinaram como fazer. Criaram os sonhos tutelados. E assim é feito até hoje.

Que "humanidade" é esta que apregoam aos quatro ventos? Entre nós, desta nação brasileira, os poderosos se têm revelado predadores e mentirosos. Praticam o furto continuado. Roubam. Impõem as regras e agem como jagunços numa terra de ninguém. Decidem na surdina dos palácios e decretam: cumpra-se! Defenda-se quem puder! A lei é o Estado.

As “grandes civilizações” colonialistas, modificaram os fundamentos da civilização cristã ocidental, conceberam o comunismo, o nazismo, o fascismo e as "legiões estrangeiras" (francesa e espanhola, primorosos exércitos mercenários que atuam pelo mundo afora), para manter o poder e submeter as nações. Também conceberam no mundo abstrato, nas artes, uma respeitável e marcante página para a história da humanidade.

Pilharam tesouros universais em guerras devastadoras. Não puderam transportar as pirâmides, o Taj Majal, os templos budistas espalhados pela Ásia, as pirâmides mexicanas ou os monumentos da civilização andina. Mas o que foi possível transportar, marcos significativos da espiritualidade e contato dos homens com seus deuses, está nos museus em Londres e Paris. São testemunhos de costumes, trabalho árduo, amor, respeito humano, veneração, agradecimento e até mesmo sacrifícios sangrentos.

As guerras são decididas por aquelas minorias poderosas e executadas por minorias obedientes. Os dominadores de todas as épocas são incapazes de tolerar ações e iniciativas individuais, são incapazes de tolerar a liberdade das pessoas. E desarmam quem tenta defender-se dos “humanos bandidos”.

São incapazes de conviver com grupos produtivos estruturados em liberdade, à margem de seu controle totalitário. Incluem todos numa linha de produção onde o racionalismo material se sobrepõe ao espírito, ao saber, ao pensamento livre. Atuam como se tudo estivesse pronto e resolvido nos marcos de uma estrutura social pré determinada.

Os ditadores comunistas pelo mundo afora, responsáveis pelos genocídios mais cruéis, espalharam a guerra assimétrica, selvagem, sangrenta, diária. O terrorismo assimilou todas e expressão de banditismo a serviço de interesses totalitários. As vítimas fazem malabarismos para sobreviver. Os que tombam, figuram como estatísticas de “problemas sociais insolúveis”.

Napalm, bombas atômicas e biológicas, foram decisões civilizadas? Não são contadas como atos de genocídio? China, Vietnam, Laos, o extermínio de povos na África, culturas esmagadas, história mentirosa, são decisões civilizadas?

EUA e Rússia, controlam 90% dos arsenais atômicos do mundo. Guardam ogivas nucleares e artefatos secretos em número desconhecido, intactos à espera de um desmiolado qualquer. Os “civilizados” impõem que os “selvagens” se desarmem.

Na realidade, os que trabalham 8 horas por dia e mais, não dão a mínima atenção para estes detalhes ou para os “exemplos morais” desta ditadura que se diz democrática. Quando muito, bocejando, ouvem as notícias do mundo maravilhoso que esta por vir, conforme as promessas repetidas pelos mesmíssimos políticos, jornalistas, economistas e outros arquitetos das estruturas sociais de poder.

A gente, que paga impostos para alimentar essas estruturas de poder, espera a recompensa em dias melhores. Tem consciência da vida ameaçada. A maioria tem uma crença e agradece a Deus, da maneira como o concebe, encontrando o conforto espiritual necessário para manter a esperança de cada dia.

Outrora a recompensa estava ligada aos prazeres simples como o riso, a família, amor, flor, música, dança, contar histórias para os menores, colecionar retratos... Hoje se impõe a satisfação material imediata que antecede qualquer dever. A corrida por direitos antes das obrigações, implanta a irresponsabilidade. As pessoas ficam feias, mecânicas, impessoais e perdem a noção do tempo, presas no agora: o estado todo poderoso decidindo tudo. Isto está longe de ser uma estrutura amável, humana, civilizada ou democrática de direito responsável.

NOTA FINAL: Um comovido agradecimento ao Tuaregue. O dever de consciência não espera recompensas, mas o reconhecimento conforta o espírito. Prosseguimos!

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