sexta-feira, 22 de maio de 2009

O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE RORAIMA

Por Cel Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 21 de Maio de 2009

"A mestiçagem unifica os homens separados pelos mitos raciais. A mestiçagem reúne sociedades divididas pelas místicas raciais e grupos inimigos".(Gilberto Freyre)

Perseguição Racial

“A agricultora indígena, Cacilda Brasil, vive um dilema jamais imaginado ao longo de seus 76 anos de idade. Após ser retirada da propriedade onde morou por mais 50 anos, sob a alegação de que não tinha origem indígena, ela está liberada para voltar para a reserva Raposa/Serra do Sol, desde que não leve os filhos, pelo fato de os mesmos serem filhos de brancos”. (Tiana Brazão - Secom/ALE-RR)

Perseguição Religiosa

A Fundação Nacional de Assistência ao Índio (Funai), proíbe a presença de missionários evangélicos nas tribos indígenas de Pacaraíma-RR, mas não toma a mesma atitude em relação aos padres e freiras estrangeiros enviados pela Igreja Católica. “A Funai acionou até o Supremo Tribunal Federal (STF) para retirar os missionários brasileiros da denominação Assembléia de Deus, argumentando que os evangélicos devem sair por não serem índios. Mas os padres que vivem nessa área são estrangeiros e estão incentivando os índios a lutar contra os evangélicos que não concordam com o monopólio do catolicismo na área”.(Deputado Márcio Junqueira - RR)

Reservas Kosovares

Os três últimos governos (collor, fhc e lula) foram responsáveis, e a história os julgará, por incentivar a segregação e o racismo criando imensas reservas privilegiando minorias indígenas e estimulando contravenções e cisões. O editorial ‘A Redoma Fatal’ publicado no jornal ‘O Globo’, com muita propriedade assim se refere ao tema: “A preservação de grupos étnicos em redomas que os mantenham distantes de contatos humanos não passa de uma tentativa de fazer parar o tempo, como se isso fosse possível, em zonas cujas dimensões e natureza tornam impossível um policiamento protetor. O artificialismo condena esse equívoco, e o resultado final ameaça ser a contaminação dos grupos primitivos pela ação clandestina do que há de pior na sociedade moderna, enquanto o que há de melhor é mantido à distância pelo respeito à lei”.

Movimentos Raciais

“Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros”. (Darcy Ribeiro)

Diversos movimentos de todos os matizes continuam tomando corpo buscando privilégios especiais se esquecendo que a grande maioria do povo brasileiro é mestiça. As identidades étnicas tendem a desaparecer e todas tentativas históricas de ‘congelá-las’ fracassaram. O brasileiro é por definição um ser mestiço e que abrange as diversas manifestações de um mesmo processo. A identidade mestiça brasileira é dinâmica e tem como origem o amálgama de diversos povos que se encontraram no espaço e tempo da nação brasileira.

O ZOOLÓGICO DE RORAIMA
Por Wilson Barbosa (01/05/2008)

“O governador do Estado Anchieta Júnior ao conceder entrevista esta semana a respeito da retirada dos não índios e dos arrozeiros da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol foi curto e grosso. ‘Não pretendo, não vou discutir. Esse assunto já foi discutido exaustivamente. Aquilo vai se transformar num verdadeiro zoológico humano. Sem a menor condição de sobrevivência, sem contato com o branco, o que vamos ver lá serão animas humanos’. Para o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcio Meira afirmou que a declaração do governador de Roraima tinha cunho racista. O chefe do Poder Executivo se defendeu em seguida e adiantou que teria dito que na realidade os índios da Raposa iriam ficar numa vitrine como exposição para a população brasileira e dos povos estrangeiros.

Em linhas gerais o governo Federal atende a Funai, onde as terras indígenas são demarcadas e posteriormente homologadas e depois os índios ficam entregues a própria sorte sem nenhum tipo de assistência. E o resultado disto tudo tem sido uma tragédia senão vejamos. Dias atrás Índios Guajajaras mataram um homem a pauladas na cabeça. Gutenberg Brito Câmara, foi assassinado ontem por volta das 19:00, na estrada que dá acesso a cidade de Jenipapo dos Vieiras, o mesmo estava a trabalho, ele era motorista de uma madeireira, acreditasse que a madeira que ele foi pegar na área indígena é ilegal, porém foi vendida pelos próprios índios, os criminosos já foram pegos pelo GOE de Barra do Corda e estão detidos na delegacia desta cidade, os mesmos disseram que estavam bêbados e queriam dinheiro. A vítima era casado, tinha
39 anos e deixa três filhos.

Esta não é a primeira vez que Índios Guajajaras cometem crimes com requintes de crueldades. Em 2001 três índios da região de Barra do Corda cobraram pedágio (proibido por Lei) a três empresários que se recusaram a pagar e tiveram suas vidas ceifadas. As vitimas foram mortas a tiros e golpes de facas, depois tiveram os corpos amarrados e seguida arrastados pelo asfalto e em seguida foram abandonados na rodovia. Os acusados que eram menores de idade, foram presos e passaram anos detidos numa delegacia de São Luis.

Também no Maranhão índios eram acostumados a deixar que traficantes plantassem maconha dentro das reservas. Numa operação da Polícia Federal foram encontrados milhares de pés da droga e o cacique da aldeia afirmou que não tinha autorizado a plantação.

O delegado teria afirmado na ocasião dentro de seis meses retornaria a reserva e caso encontrasse algum pé de maconha o primeiro a ser preso seria o cacique da aldeia. O índio afirmou que não poderia ser preso por conta das plantações de maconha na reserva pois era inimputável. Decorridos seis meses o delegado voltou a região e foi encontrado outra quantidade maior de maconha na área e o policial cumpriu a palavra e efetuou a prisão do cacique da reserva por tráfico de drogas.

Em 2005 cerca de 29 garimpeiros foram assassinados cujos crimes ficaram conhecidos como a chacina na Reserva Roosevelt. Eles foram mortos à noite durante emboscada feita por índios Cinta-Larga dentro de uma área de extração ilegal de diamantes, um novo conflito rompe uma trégua marcada pela tolerância da garimpagem ilegal em terras proibidas vigiadas por uma Força-tarefa envolvendo as polícias Federal e Militar.

Tempos depois surpreendidos por um grupo de índios os garimpeiros Lismar Nunes da Silva, o Pernambuco, e Francisco da Chagas, o Macarrão, foram assassinados. O terceiro garimpeiro, Arionilson Bispo da Silva conseguiu escapar com vida após ter levado um tiro na barriga.

Uma fonte revelou que a morte dos dois garimpeiros teria sido por causa de um desentendimento com os índios. Algo relacionado com a divisa de barranco na garimpagem ou o não-pagamento para poder garimpar em terras indígenas, prática comum.

Em pronunciamento no Plenário da Casa, o senador Augusto Botelho (PT-RR), afirmou que quando são demarcadas as áreas, os índios são deixados à própria sorte. Todas as áreas demarcadas em Roraima se encontram nessa condição.

Ele citou bem o exemplo de São Marcos, onde os indígenas só escapam porque fazem descaminho de gasolina da Venezuela. Compram gasolina na Venezuela e vendem nas suas aldeias para quem for comprar lá. Isso ocorre porque não foi tomada uma outra atitude, não foi dada uma outra posição para eles conseguirem viver com dignidade.

Para o número de índios existentes no lavrar dessas áreas que estão sendo discutidas, são áreas que não têm praticamente floresta nenhuma. São áreas de cerrado, um cerrado mais pobre do que o cerrado aqui do Centro-Oeste. E viver da caça e da pesca é impossível, primeiro, porque eles já estão acostumados a viver como a nossa maneira de viver; segundo, porque não há caça e pesca para sustentar 18 mil índios nessa área”.

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