Axel Kaiser, publicou no El Mercurio do Chile, algumas
reflexões sobre um tema que parece proibitivo entre os acadêmicos brasileiros
desta última geração: a crítica ao marxismo, assunto já ultrapassado entre os
pensadores do hemisfério norte.
A humanidade, enfeitiçada com muito divertimento, muita
tralha tecnológica inovadora que aproxima os indivíduos dos mais longínquos
grotões, muita desinformação midiática, entre sustos, pavores e dificuldades de
relacionamento, atravessou uma espécie de portal, chegando sem perceber a um
terreno desconhecido, inóspito.
Estamos sob o domínio de uma hierarquia de poder real que
persegue estabelecer aquela igualdade de boiada marxista num grande pasto global. Uma ordem e forma de governo único, que guarda
características muito parecidas ao que idealizavam os revolucionários franceses
e que Marx e Engels propuseram, incluindo a matança dos que considerava
"mais fracos e inadaptados para a nova ordem mundial".
A Revolução Francesa objetivava defender os direitos humanos,
assegurando a "liberdade, igualdade e fraternidade." Igualdade
material onde mais da metade da população morria de fome. Fracassou e inaugurou
o terror sangrento replicado por todas as revoluções socialistas. Salvou-se a
revolução americana que sem fixar-se na liberdade material, preservou,
separando-se da Inglaterra, a liberdade das pessoas para produzir e progredir.
Para o obsoleto Marx e seus seguidores, "a liberdade não
tinha que limitar o poder do governante como pensavam os fundadores dos Estados
Unidos e sim eliminar as necessidades materiais, como proclamava por aqui um
senhor "fome zero", seguidor ignorante da promessa marxista (Crítica
ao programa de Gotha) para realizar a fase superior do comunismo: "mananciais
cheios da riqueza coletiva" ou "rios de leite e mel" como dizia
Antonio Conselheiro. Riqueza infinita!
Axel Kaiser obseserva: "toda a teoria econômica marxista,
bem como sua visão do homem e da história estava equivocada." A fantasia
teórica continua causando estragos: o socialismo só produziu miséria, tirania e
morte. Riqueza para todos é o que perseguem os conservadores, mais que os
socialistas que continuam prometendo o paraíso terrestre, liberdades e direitos
sociais onde até o ar que respiramos tornou-se de qualidade duvidosa.
Marx pensava que o capitalismo era o sistema que mais aproximava
do ideal socialista. Isto os comunistas esqueceram, optando por pregar uma
igualdade primitiva, interessados em poder e controle social, fortalecendo sua
ideologia a qualquer preço: instrução de baixa qualidade, bolsa família,
promessas de reforma agrária, liberação sexual, fomento do uso de drogas,
desrespeito à mulher, preconceitos racistas, perseguição às crenças, destruição
cultural...
O dogma marxista, fé dos irresponsáveis, nega que o melhor
caminho para a liberdade é eliminar a opressão do estado, que impede o homem de criar a
riqueza e superar suas limitações. E no terreno aberto e ainda desconhecido, a
humanidade tateia, buscando construir os espaços onde a desejada liberdade
espiritual encontre a liberdade de convívio humano produtivo, respeitoso,
colaborador... Estamos num mesmo barco que navega entre mares tempestuosos do
espaço infinito.
Carecemos de condutores para uma nação à deriva, arrastada
por correntes desconhecidas, em "mares nunca d'antes navegados".
Carecemos de um norte, de uma visão, de uma nova utopia que assegure o
entusiasmo para produzir e compartilhar o curto trânsito nesta forma de vida em
liberdade.
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