sábado, 18 de outubro de 2014

MENTIR ESTÁ NA ORDEM DO DIA

O Governo iniciou  o processo de limpeza étnica de uma área
demarcada pela Funai para índios Awá-Guajá, no Maranhão. A operação que a Funai chama de "desintrusão"  é uma antiga demanda da ONG Survival International. Numa grande campanha de mídia a Survival envolveu atores de Hollywood e grande políticos americanos na pressão internacional sobre o Ministro da Justiça do Brasil. E o juiz federal José Carlos do Vale do Madeira deu a ordem para o início da operação.

A Survival e a revista americana Vanity Fair enviaram ao Maranhão o fotógrafo pop star Sebastião Salgado e a jornalista Miriam Leitão, com o objetivo exclusivo e declarado de prepararem matérias que legitimassem a limpeza étnica da área da Funai. A  longa matéria assinada por Miriam Leitão, com fotos de Sebastião Salgado, foi publicada na edição de domingo de  O Globo, em um hotsite com o making off da matéria e em outra longa matéria na Revista Vanity Fair.

Com toda essa pressão internacional e a exposição de mídia planejada pela Survival, o Governo decidiu iniciar a operação militar que expulsará milhares de maranhenses pobres de suas casas.

Na antevéspera do início da operação a jornalista Miriam Leitão publicou um outro texto no O Globo sobre elogiando a iniciativa, informando:“há uma área próxima, em Bom Jardim, onde devem ser assentadas 60 famílias.” Era mentira.

A Federação da Agricultura do Maranhão emitiu na hora uma nota oficial pedindo que Miriam usasse suas fontes privilegiadas e dissesse onde fica essa área. A área não existe. Foi uma canelada da Dona Miriam Leitão para que seus leitores, gente urbana do eixo Rio-São Paulo, ficassem tranquilos em relação ao expurgo étnico que o governo faria no longínquo Maranhão.  Miriam Leitão não disse uma única palavra sobre a Nota Oficial da Faema.

A prova definitiva disso foi a criação pelo Incra de quatro grupos técnicos com o objetivo de procurar áreas nas proximidades da terra demarcada pela Funai onde as pessoas sem etnia pudessem ser reassentadas. As portarias criando os GTs foram publicadas no Diário Oficial da União na última sexta feira. Os grupos tentarão nos próximos 90 dias encontrar uma área que o Incra possa comprar ou desapropriar, tentarão estabelecer parcerias com as prefeituras para criar assentamentos casulos, e buscaram lotes vazios em assentamentos já implantados.

A área a qual se referiu Miriam Leitão não existe. A jornalista Miriam Leitão mentiu.
Fonte: http://www.questaoindigena.org/2014/01/incra-cria-4-grupos-de-trabalho-para.html#sthash.X1FJAw08.dpuf

Nenhum comentário:

Postar um comentário