Por Arlindo Montenegro
Vejam só! Não bastasse o beija mão ao administrador de plantão na matriz e seu séquito, ainda tivemos de hospedar na semana passada, um ex presidente americano, um ator político, um empresário inglês e um cineasta, ditando regras para o Brasil na reunião do Foro Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus. Eles dizem literalmente que temos de "sustentar" o mundo deles.
O britânico Richard Branson determina que nossa frota de veículos seja abastecida somente com etanol e que exportemos todo o petróleo para eles. O sujeito elogiou o FHC dizendo que "foi a gestão dele que colocou o país no rumo que está hoje". E disse mais que se as taxas de desenvolvimento do Brasil, China e Japão continuarem no mesmo ritmo, logo vai faltar petróleo. Em outras palavras: freiem o desenvolvimento brasileiro.
O cineasta James Cameron é contrário à construção de Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O monte de empresários estrangeiros e brasileiros participantes da festa, tinha os olhos e ouvidos bem abertos para as oportunidades de investimentos. Em defesa dos povos da mata, como diria o cineasta de "Avatar", que subliminarmente mostrou a força do exército e a raiva que os generais têm, dos humildes povos que não querem deixar derrubar a mata. Uma indireta? Ou bem direta?
Clinton, como Al Gore, defendendo a redução de emissões de carbono, mostrou como tem corrido o mundo inteiro com sua fundação, para fazer o bem da humanidade. Deu um exemplo: “Trabalhamos no Rio para trocar os semáforos por luzes de LED, que são mais caras, porém têm maior tempo de vida e emitem menos gases, além de reduzir a conta de energia das cidades”. Legal não é? Quem paga a conta? Que empresinha brasileira pode concorrer com um contrato de interesse do ex presidente americano?
E disse mais o bondoso esquerdinha: “Não se pode construir um futuro sustentável sozinho. É preciso convencer seus parceiros China e EUA, a trabalhar junto nisso”. Taí mais uma dica: a parceria do Brasil está decidida! É Com a China e com os EUA. Como os EUA estão em linha direta com a Inglaterra e Israel, já sabemos quem manda e desmanda no pedaço e podemos estar certos que vamos continuar pagando a "dívida" para sustentar as guerras deles, os grandes.
Os juros astronômincos que pagamos tendem a crescer. Como diz o economista Benayon, com as desculpas esfarrapadas de “reverter a aceleração da inflação este ano”, segundo os enganadores ministeriais, repetidos pelos jornalões. " Discretamente já estão subindo alguns preços e o imposto sobre a renda também. Vem mais!
A única voz dissonante do encontro de estrangeiros interferindo nos assuntos internos e ditando regras para o Brasil, foi da velha índia Macuxi, Avelina, a guardiã da Espada de Rondom, que entregou uma carta ao Schwarzeneger, covidando-o para combater "a coação, a injustiça, a violência com que demarcam terras indígenas só para atender a metas propostas e decididas em fórum como esse, sem consulta livre, prévia e informada das minorias que, em termos quantitativos, são a maioria desprovida dos direitos fundamentais."
Uma voz brasileira, diferente dos empresários que ali estavam. Os índios da Raposa Serra do Sol, denunciavam a demarcação que se arrastou durante anos, com a invasão da Polícia Federal, separação de familias mestiças, expulsão de rizicultores que estavam há decênios produzindo em fazendas tituladas e empregando os mesmos índios. Perdas totaís. Ganhos para o Conselho Mundial de Igrejas, dirigido pela rainha da Inglaterra. Benefícios para o príncipe Charles e para os que declaram que "a Amazônia é patrimônio da humanidade e não território de nações que dizem ter a soberania".
É bem assim, êles chegam, dão o recado e os vassalos obedecem ao pé da letra. Alguém viu esta notícia nos jornalões?
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