EDUCAÇÃO SEXUAL
A mãe foi arrumar a mochila escolar da filha de 9 anos e quando pegou naquilo, soltou uma exclamação – Ai!! meu Deus!!! - enquanto segurava, pálida, o objeto. As pernas tremiam e o grito saiu da garganta: - Lucinhaaa!!! - A menina chegou e as perguntas sairam baixinho – Onde você arrumou isto? O que é isto? Quem deu prá você?
- Calma mãe. Isto é trabalho da escola. Educação sexual. A gente tem que ver como é o bilau dos meninos e treinar colocando camisinha. Não era pra senhora ver. A professora disse que era um direito da gente saber das coisas... E também avisou que pai e mãe podiam não gostar...Agora a gente já sabe de tudo... precisa ficar nervosa não.
- Ô João! João, vem cá depressa!!! Não acredito numa coisa dessas... você é uma criança ainda... quem tinha de ensinar isto a você era eu... no tempo certo... quando você sentisse as mudanças de menina moça... agora tem é de brincar e estudar português, matemática... meu Deus... a que ponto chegamos!
- O que foi... - o pai perguntou, vendo o falo de borracha que a mulher segurava – o que é isto?
- É um pinto de borracha, não está vendo??? É da sua filha...
- O quê??? Quem foi o safado? Juro que vou capar o moleque!!!
- Calma homem! Não é nada disso...- e vieram as explicações.
Os pais concordaram que a filha não voltaria à escola, antes de uma conversa que o casal teria com a Diretora. E foram informados que era a ordem do Ministério da Educação e Cultura. Os pais disseram que iam tirar a criança da escola. A Diretora argumentou que seriam presos, era a Lei. E que lei? Foram informados e voltaram cabisbaixos e apreensivos para casa. Que escola era aquela?
Aos 7 anos, João era um menino buscando afirmar-se entre os outros. Na escola o que mais gostava era de ficar buscando lugares nos mapas geográficos coloridos e pendurados ao lado do quadro negro. Como o mundo era grande!... imaginava, mas o mundo na cabeça dele aparecia como o Universo, a terra contida no "mundo grande", aquilo tudo que Deus fez em 7 dias. De tarde, gostava mesmo era de jogar bola e tomar banho de rio.
Era um tempo muito diferente. Criou-se vendo os bois com as vacas, os cavalos com as éguas, os galos e galinhas naquele exercício de preservação natural da espécie. Um dia, seu Tonho pediu ao pai dele pra emprestar o cavalo, um terço puro sangue, para "montar" a égua que "estava no ponto". O pai disse – amanhã bem cedo, seu Tonho, desse casamento vai sair um potrinho valente, que sua égua é muito bonita!
Era sábado e o pai disse – João, meu filho, venha cá! Vai lá no pasto, pegue o cavalo e leve na casa de seu Tonho. - Ele foi, pensando que ia ver pela primeira vez um cavalo "montar" uma égua. Dito e feito. Pegou o cabresto e saiu pelo portão dos fundos do quintal. Desceu a Rua da Palha até o pasto, onde estava o cavalo e foi só mostrar a espiga de milho falando - tom'e...tom'e...tom'e...- que o animal aproximou-se, deixando colocar o cabresto enquanto mastigava a espiga com os dentões.
Seu Tonho já estava esperando. A égua presa no cercado que tinha uma jaqueira bem no meio, fazendo sombra gostosa, deitando um galho baixo, que parecia um banco, onde a gente sentava, espantando mosquito, enquanto esperava o que ia acontecer. Soltou o cavalo, que foi ao cocho tomar uma aguinha e logo bandeou-se prá cheirar a égua. Soltou um relincho, deu mais uma voltinha trotando e logo soltou o peteleco entre as pernas, maior e mais grosso que um braço, pensou pensando no próprio braço.
Ficou quase de pé sobre as patas traseiras e arrmessou as dianteira abraçando as ancas da égua. -Agora vai!! seu Tonho disse. E foi... sumiu dentro da égua. É assim que se geram os potrinhos, - pensou João – e pensou mais - assim também deve ser com as mulheres e não aquela coisa de cegonha, que nem a Ju disse, quando nasceu o filho de dona Dete e ela ficou de resguardo na cama 40 dias, tomando canja. Com os bichos a coisa era mais fácil, parecia mais natural.
Pensou, mas calou, para falar somente quando estava conversando no oitão da igreja mais Daisinho, Fontinho e Lourenço, que era maior e mais sabido e foi logo dizendo entre risinhos, que tinha visto o Bolô fazendo mais a Vilma, os dois gemendo, na beira do rio, parecia que iam morrer, mas não era gemido de dor, era assim um anhhh... demorado... suspiroso. Depois ficaram se rindo, brincando dentro d'água.
- Quando eu crescer e tiver bigode, vou casar com a Dete, ele disse.
- Ela nem olha prá você...
- Mas eu olho... aqueles cabelos, aquele jeitinho, aqueles olhinhos...
E Lourenço contou que tinha sonhado com ela, os dois montados num cavalo branco que saia voando, os cabelos dela soltando cheiro de jasmim no vento, ele sentindo os braços dela agarrados ao peito dele, sentindo uma coisa muito boa, tão boa que acordou melado.
- Melado como? - Daisinho perguntou.
- Você vai saber quando tiver doze anos que nem eu...
Falou, calou e foi-se embora com o segredo dos 12 anos, que logo Fontinho desvendou:
- É quando a gente começa a ter "gala".
- O que é gala?
- É uma coisa branca que sai do negócio da gente... e fica dentro da mulher.
Era muito aprendizado para um dia só.
Gostava de ver as filhas ou netas do ministro da educação, exemplificarem publicamente essa "operação" de enfiar uma camisinha em um pênis de borracha para que papai ou vôvô ficassem orgulhosos!
ResponderExcluirJá agora, haver apenas um pênis de borracha na educação sexual, não è preconceito e maxismo, aliás, punido por Lei? Cadê das perecas de borracha para que a educação sexual seja completa, justa, organizada e coerente?
E o Kama Sutra fica de fora da educação sexual? Onde está a coerência da educação sexual? Ou há deboche, quero dizer, educação sexual ou então nem se fala nisso!
Coerência!