domingo, 19 de setembro de 2010

LEIS HUMANAS

Por Arlindo Montenegro

Existem pessoas amigas, marcantes, que "somem" e quando aparecem o diálogo flui numa continuidade atualizada que ignora o tempo. As buscas individuais se cruzam e a informação se enriquece com a visão multidisciplinar do mesmo objeto. Assim foi, que o meu amigo Adolfo sacramentou a "farinha do mesmo saco" da politicagem! Naquele encontro à beira mar, o peixe grelhado com alcaparras e legumes, dispensava a farofa.

Adolfo foi direto sobre a farolagem das leis humanas, que buscam substituir o que há milênios está grafado em "10 mandamentos". Pensei também no Código de Hamurabi. Todas as leis que atentam para as paixões e agressividade do bicho homem, todas as leis que buscam ajustar a convivência e distribuir uma justiça, que no fim das contas e marcadamente na atualidade, privilegia o estado e os políticos que o integram.

"Não matarás!". As toneladas de páginas paridas em todos os idiomas, repetem a advertência e os códigos penais punem os infratores, até com a morte na forca, na cadeira elétrica, com injeções letais. Enquanto adotam as leis, os estados poderosos criam armas para a destruição em massa, conservam arsenais atômicos, elegem os possíveis inimigos, traçam planos de agressão ofensiva ou defensiva.

Que pode fazer o "zé mané" que trabalha na produção, gerando a riqueza que paga os salários destes governantes, suas despesas palacianas, aviões luxuosos, carros blindados, gastos secretos imensuráveis, poder de corrupção...??? As leis mandam e ele obedece, vivendo à mercê dos que carecem de qualquer concepção de Deus e agem à margem ou acima de qualquer lei, seja humana ou espiritual.

As Leis começam a ser desprezadas por governantes, potentados e marginais. São escritas em linguagem fechada, esotérica e manipuladas, interpretadas para manter a estrutura de poder. Um poder que escolhe quem, como e quantos devem matar ou morrer. As ciências exatas contribuem para as comodidades da vida como para as técnicas da morte.

As ciências humanas, são exatas apenas para o controle mental, utilizando os instrumentos materiais que medem cada campo do cérebro, expondo arquivos e intenções. No mais servem como instrumento retórico, linguístico, para os que defendem a supremancia do espírito sobre a matéria, perseguindo a utópica civilização pacificada.

As leis humanas previnem e punem as diversas situações citadas nos códigos mais antigos, como os "10 mandamentos". Destacando-se o mais importante, que indica "amar ao próximo como a si mesmo", toda a produção literária gira em torno da ignorância flagrante deste sentimento de respeito, inseparável da concepção de Deus e do livre arbítrio que fundamenta a liberdade humana.

Atualmente, as leis já desprezam o respeito devido aos pais enquanto o adultério é um comportamento corriqueiro. O furto continuado tornou-se prática governamental e o falso testemunho é tão comum que até os juízes aceitam como verdade. Ou simplesmente se veste de uma frase – "eu não sabia" – vestida de dissimulação e covardia moral. É a velha "podridão" referida na literatura mais antiga permeando as justificativas do banditismo mais moderno.

"Não cobiçarás as coisas alheias". As leis falam da defesa da propriedade, mas os estados poderosos avançam sobre a propriedade com a mesma voracidade que os homens cobiçam a mulher do próximo. Tudo está previsto, pavimentando a estrada da vida e tudo é praticado na direção contrária, desvalorizando e destruindo o que afirma a vida e a humanidade.

Até entre os teólogos pairam dúvidas e interpretações diferentes das Leis. Complica-se o que é singelo. As igrejas cristãs divergem entre si. E neste momento há o encontro do Papa católico com a papisa anglicana. Que concordâncias e desacordos deste encontro vão gerar consequências para a sobrevivência das pessoas?

O Império Britânico, sempre na vanguarda aristocrática, tem gerado todos os tratados e justificativas racistas, totalitárias, materiais, preconceituosas, ditatoriais, para dominar o planeta. A seita secreta do "Grande Irmão", criado por Orwell, a religião para domínio mundial do estado contra os "comuns", frequenta os palácios britânicos. Está vinculada aos Rothschild e umas poucas centenas de famílias de "sangue azul".

Preservar a vida e a utopia humanista é cada vez mais difícil, mais ainda quando se conclui que as leis existem apenas para coagir os "comuns" a trabalhar e pagar impostos para que os políticos e seus estados gigantescos usufruam da segurança negada às gentes. Crer em Deus e respeitar o próximo, são práticas cada dia mais restritas, reservadas para os que prezam a essência humana, o espírito.




Nenhum comentário:

Postar um comentário