Por Arlindo Montenegro
21 de Abril, cerimônia comemorativa da Inconfidência Mineira. Palavras da ocupante do trono: “Os brasileiros e brasileiras que como eu sofreram na pele os efeitos da privação da liberdade sabem o quanto a democracia institucional faz falta quando desaparece”... Uma fala onde está presente o recurso psicologia invertida, fazendo que crer que as instituições no Brasil são democráticas.
Para quem bem entende das experiências contidas na história, as poucas democracias floresceram onde o aparado do estado era mínimo e não gigantesco e distribuído em feudos para atender interesses partidários oligárquicos. Onde as instituições democráticas floresceram, o estado praticava mínimos impostos, sem burocracia, sem corrupção, sem secretismos e manobras para eliminar opiniões, pontos de vista, argumentos, contrários.
Disse ainda a senhora: “Queremos a democracia em sua complexa inteireza”... (Tão complexa que nem os que a executam entendem o significado e alcance da concentração de poderes, que emanam do núcleo do núcleo central do poder, impondo a legislação, determinando as práticas da justiça, delimitando a formação de opinião pública, pervertendo a educação, destruindo costumes e tradições e finalmente banalizando e interpretando a história, omitindo fatos e os fatos de maneira abusiva).
...”Uma democracia feita de eleitores e também de cidadãos plenos”... (Eleitores que engolem um processo de escolha controlado por uns poucos caciques partidários? Cidadãos plenos que carecem de meios e informação para exigir comportamentos éticos? Eleitores de cabresto para atuar e legitimar um processo viciado?) ”Nesse caminho se entrelaçam o desenvolvimento e a inclusão”. (Que desenvolvimento madame? O desenvolvimento das corporações estrangeiras que ocupam o nosso espaço, que compram os melhores cérebros, que envenenam o terreno e as águas, que agem acima das leis? Mais adiante vamos ver o termo “inclusão”.
O discurso tão genérico é sujeito às mais variadas interpretações, extensivamente cabíveis para a cabeça miúda dos que falam em democracia, sem pensar na gênese do pensamento e sua importância para a evolução humana, para as liberdades individuais, para a aplicação dos direitos universais reconhecidos e aceitos como benéficos para os indivíduos que constroem as nações e interagem respeitando rigorosamente uma carta de deveres que geram direitos.
Uma coisa é democracia, estado de direito e bem diferente o que estão proclamando como “democracia marxista”, uma coisa que é impossível de definir, a não ser que a gente grafasse a prática como “democracia somente para marxistas”, excluindo todos os contrários ao satanismo implícito no ideário da nova ordem mundial, aplicado metodicamente no Brasil, sem que a gente, povo, população, saiba como definir o próprio destino, sem saber o que está por trás desta revolução cultural que elimina os valores consolidados há gerações como norma espiritual deste povinho explorado ao limite extremo.
Aí perguntam os observadores da anomia política: por que não protestam, por que não exigem? A resposta pode estar no prenúncio feito por alguém que justificava e defendia o uso de tudo quanto é droga, para manter pessoas felizes e passivas mesmo nas situações mais limitantes, mesmo na escravidão, mesmo fazendo trabalhos forçados.
Aí entra a “inclusão” que vista sob o aspecto das parcerias que o trem empresarial em turismo na China, espera, para ganhar mais dinheiro, enquanto os “incluídos” compram os piores produtos do mercado pelos mais elevados preços, tudo financiado em “10 vezes sem juros”.
Estão negociando transferência de tecnologia com uma ingenuidade de meter medo. Dizem ser difícil por que nunca sabem se a empresa com quem negociam é privada ou estatal... como se houvesse diferença! A “inclusão” fundamental é ideológica. Mas os tresloucados empresários nada entendem de política, nem das grandes linhas estratégicas da nova ordem mundial.
Tiradentes foi enforcado porque um grupinho patriota quis livrar o Brasil da canga da submissão. Nossos empresários são conduzidos que nem carneirinhos para o cercado da prisão ideológica para uma produção capitalista barata, explorando a mão de obra dos que vão produzir os novos produtos Made in Chinobrás, repassando a tecnologia da Embraer a troco da tecnologia de plantar e colher arroz com as mãos nuas. Quem pensa diferente prepara a própria forca.
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