domingo, 26 de julho de 2009

O INDIGENISMO SEM PÁTRIA E O ESTADO CALOTEIRO EM MS

Por Valfrido M. Chaves- Pantaneiro, Psicanalista

Faz parte da história de nosso Estado, que o efetivo domínio brasileiro sobre a região Sul de MS tenha se dado após a chamada Guerra do Paraguai, que dessangrou povos irmãos. Nela, destacou-se uma aguerrida cavalaria riograndense que, por anos a fio, defrontou-se com a destemida tropa paraguaia.

Nas lides de guerra, os guascas centauros (ser mitológico, metade homem, metade cavalo), conheceram e se encantaram com a região, permeada de extensas pastagens naturais, povoada por rebanhos de “gado bagual”. Muitos voltaram aos seus pagos apenas para buscar suas traias e famílias, vindo para este nosso Sul, com armas e bagagens, se estabelecendo nas terras sem dono da extensa Vacaria. Foram encaminhados pela Coroa Imperial, para garantirem a fronteira reconquistada.

Um desses capitães de guerra, que lutara os quatro anos num portentoso cavalo, volta com essa montaria à sua querência. Porém o animal, estropiado pelos anos de guerra e pelas longas caminhadas, morre ao fim da marcha de retorno, para desolação de seu dono. Aqui chegando, o guerreiro guasca (gaúcho da fronteira) requer as terras da Coroa e funda sua querência, que nomeia “Fazenda 94”. Era 94 a marca do Império que seu brioso cavalo de guerra tinha na paleta!

Estas são páginas heróicas de um povo que tem orgulho de sua história e de seu papel na conquista e defesa destas fronteiras onde, com suor, lágrimas e até mesmo sangue, transformou cerradões desertos em celeiros para a Nação e o mundo. Nessa caminhada secular, da qual qualquer Nação se orgulharia, de repente, tais brasileiros se vêem tratados hoje, por grupelhos ideológicos, organizações internacionais e nichos de frustração localizados em órgãos governamentais, como reles “ladrões e ocupantes de terras indígenas”, esses nossos irmãos com os quais toda a Nação tem uma dívida secular e injusta.

Não se corrigem injustiças e incompetências históricas de toda a sociedade, transformando vidas honradas e destinos audazes em bodes expiatórios de politicas fracassadas, nem fazendo a Justiça curvar-se a sofismas antropológicos e manipulações maldosas, ideológicas e antinacionais.

É o que se dá hoje em nosso MS, quando a indústria de invasões indígenas financiadas com recursos externos ignorados pelo Estado brasileiro, dá um passo adiante e projeta-se na expansão de aldeias sobre propriedades particulares, mediante "identificações de terras indígenas" unilaterais e abusivas. São passos para que nossos pioneiros e seus descendentes paguem, apenas eles, por uma divida histórica que é de toda a sociedade.

E propositadamente, leitor, para semear distanciamento, rancor e antagonismo entre as comunidades. Enquanto isso, o Estado brasileiro, o eterno caloteiro, lava as mãos, pretendendo ainda aparecer na fita como promotor de justiça e paz, com promessas vagas de compensações para brasileiros que perderiam seus direitos diante de laudos onipotentes e facciosos.

E isso, leitor, quando nada, nada na Constituição impede que se compre terra para as aldeias, quando o Governo Lula esbanja recursos emprestando 5 bilhões de dólares ao FMI e faz polpudas generosidades para africanos, bolivianos, paraguaios e palestinos, na campanha promocional do Presidente para seu Prêmio Nobel da Paz. Portanto, tudo indica que um grande calote nos espera.

Com esse barulho todo, esconde-se da sociedade o fracasso da politica indigenista em dar condições ao índio para que ele alcance os benefícios da civilização, que é o seu desejo. Alardea-se o mito da desgraça indígena por "falta de terras", quando as poucas que tem são frequentemente ociosas e os Cadiwéus, com seus quinhentos mil hectares vivem praticamente nas mesmas condições de aldeias que não têm um palmo de terra para plantar.

Parece que a miserabilidade indígena é mantida para ser usada, manipulada demagogicamente para promover conflitos e angariar recursos externos. A mortalidade indigena por violência, devido à deterioração social administrada pela Funai, tem sido cinicamente apresentada ao mundo por organizações ideológicas falsamente religiosas, como resultante de assassinatos por conflitos fundiários.

Quando pioneiros rurais são expulsos de suas casas, que são detonadas, desmontadas e levadas para aldeias, tal como não se faz nem com traficantes, nunca apareceu um membro sequer do Ministério Público Federal para dar que fosse um "Bom Dia!" aos cidadãos expulsos de suas casas e, claramente, do abrigo da Constituição Federal. Quem desmente os fatos e o olhar sectário de facciosos e pretensos defensores da Constituição, caro leitor?

Esse projeto ideológico, impatriótico, injusto, promotor intencional de mágoas e conflitos, prosseguirá seu curso? Com a palavra as comunidades atingidas, Sindicatos Rurais, Famasul e, sem dúvida, nosso Judiciário e políticos. E que Deus nos ilumine para que a Paz, integração e prosperidade possam vencer a ideologia de uns e a imaturidade de outros nos quadros do Estado brasileiro que, tantas vêzes, trai a Nação.

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