sábado, 21 de fevereiro de 2015

TERROR E FASCÍNIO

É extraordinário constatar, que mesmo na condição de ratos de laboratório, os humanos cultivam o fascínio imorredouro pela beleza presente nas manifestações da vida.
Mesmo submetido às mais tirânicas condições ainda encontramos o momento de rir de nós mesmos, conscientes ou não das condições passageiras que muitos tomam como seu único momento de glória, sem perceber que a vida dos átomos que nos integram é eterna e carregada de memórias ancestrais.

A cada dia, quando alvorece, a ancestral expectativa do que fazer para dar um passo adiante na construção e preservação dos achados mentais, espirituais e materiais que alicerçam os caminhos, temos a oportunidade única de reforçar os valores humanos e fortalecer os comportamentos civilizados. Temos o "tempo" manusear os fios da memória genética e pintar ou escrever, plantar e colher, rir e alimentar.

O extraordinário é que fazemos isto por toda parte, mesmo carregando vestiduras que parecem fazer de nós pessoas que desconhecem a existência de outras pessoas. Mesmo sendo obrigados a viver no deserto ou em condições piores, persiste a esperança de chegar a ambientes mais gentis, mais amorosos, menos barulhentos e explosivos, menos guerreiros e destrutivos.

Lá no alvorecer da presumível existência dos primatas Adão e Eva, que deviam pular de galho em galho buscando frutos e larvas, folhas e flores para se alimentar deve ter sido aterrador pisar no chão e encontrar outras formas de vida, perceber que havia água em abundância em rios e lagos. Quanto custou o encontro com outros primatas e a formação dos bandos para defender-se dos animais maiores?

Talvez tenha sido mais difícil que é para os sucessores, depois de milênios, juntar-se em bandos para enfrentar as hordas de humanos, caracterizados e auto-proclamados "salvadores" que vêm utilizando a ingenuidade e disponibilidade amorosa para isolar-nos em gaiolas de laboratórios sociais, como ratos.

É aterrador e fascinante saber que há uma Força Maior, que nos permite preservar a vida que tentam destruir com tantas drogas, com tanta interferência nas ondas eletromagnéticas, com tantas guerras, com tantas falsas promessas. É fascinante ver o sol nascer prometendo novos movimentos, novas experiências e possibilidades em defesa destas fronteiras que são mantidas com as energias da eternidade, disponíveis para o amor ou para o ódio.


Nenhum comentário:

Postar um comentário