segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NOVOS MANDAMENTOS

Por Arlindo Montenegro

Há um país onde os mais elementares direitos são desprezados e desrespeitados, por um grupo que as Leis não alcançam, que nem o rigor da Carta Constitucional alcança. Esse grupo altera a Constituição, utilizando portarias e regulamentos, que passam a vigorar sem que os representantes do povo conheçam ou aprovem. Nem ao menos papitam na elaboração desses verdadeiros decretos imperiais.

Decretos que aprofundam os preconceitos, as discriminações, bem nos moldes da essencial luta de classes, terreno onde vicejam as idéias marxistas, tão criticadas e descartadas nos países civilizados e tão dogmaticamente cultivadas entre nós, limitados à educação beabá e assinar o nome. Ler, filosofar, interpretar, duvidar, buscar respostas é coisa de gringo.

Para esse grupo, a cultura, o saber e a experiência de organização da sociedade, a civilização tolerante interagindo em busca da civilidade, as diferenças naturais da vida, não valem nada. Esse grupo atua como senhor absoluto da verdade, como uma manada que vai atropelando todos os direitos e liberdades fundamentais, esmagando, reduzindo a nada quem estiver no caminho.

A nação sofre as conseqüências quando a autoridade e “justiça” desse grupo, coloca em risco constante a vida dos cidadãos, que sentem a insegurança em suas próprias casas, no percurso de casa para o trabalho, na escolas, nos locais de diversão, nas filas dos hospitais, nas ruas, na condução de volta para casa: perigo constante na aventura não planejada, não combinada, não desejada, por trilhas desconhecidas.

A nação trabalha, produz, cria a riqueza que o mesmo grupo grava com impostos cada vez maiores. Os números são fenomenais! A nação confia em sua força e persistência, mas todo o resultado do trabalho é atribuído pela propaganda massiva ao boi que conduz a manada: o mais esperto, o sabe tudo, o macho que tem mais força, o mais bonito, o que espalha seus genes com maior competência. Valha-me Deus!

Os trilhões contabilizados, são capadas pela metade para uso e abuso do grupo e seus servidores diretos. As empresas dependem das decisões, das portarias e regulamentos, que o grupo impõe de modo arrogante e impositivo. Se ainda existe um restinho de liberdade de opinião, de espaço para a livre manifestação do pensamento, anuncia-se, já para Dezembro, com o terreno previamente coberto de armadilhas, uma Conferência que promete esmagar com a liberdade de imprensa, retomando a censura e limitações à consciência individual.

Quem não for a favor do que o grupo ditar, vai ser proibido de falar e quem persistir vai ser esmagado, não importando a Constituição, não importando os tratados internacionais, como acontece em Cuba, na Venezuela, na Argentina. Do mesmo modo como são esmagados e atropelados e desmoralizados os que tentam investigar e denunciar as grandes falcatruas, “maracutaias imperiais”. São logo impedidos e o assunto morre no nascedouro.

Esse grupo vai mostrar a cara e a força pela enésima vez, para consagrar os números e estatísticas, para consolidar a mentira e mostrar como pretende utilizar os critérios da força, para espalhar o discurso oco dos lugares comuns, da prepotência, das palavras chulas, da mentira doutrinária de sua utopia, como verdade única, dogma intocável, como a intocável memória dos mais arrogantes e sanguinários ditadores, que tomam como exemplo e referência.

Pouca gente, cada vez menos gente, parece importar-se com a bondade e a onda de fartura atrelada aos generosos créditos, disponibilizados pela banca internacional, para manter no poder esse grupo, fiel tomador de empréstimos garantidos pelo território e riqueza natural, que aos poucos passa a figurar como propriedade sob controle transnacional: terras, minas, empresas.

Esse grupo fala de brasileiros como inimigos. Fala de direitos humanos apenas como força de expressão ideológica que prestigia os amigos. A história, os valores de expressão tradicional e religiosa, os princípios que consagraram civilizações, de nada valem ou são tomados como palhaçada num circo de horrores.

O governo de tarados apresenta os honestos como tarados, enquanto desconhece a lei a atropela os direitos naturais e universais que têm suportado as nações civilizadas. Os obedientes amigos do rei, ainda terão garantido seu espaço colorido, transformando a mentira em verdade absoluta e os clipes musicais emocionantes serão veiculados em cada intervalo da programação, carregados de conteúdo subliminar.

A tal Conferencia da Comunicação esta prontinha para ditar: quem pode falar, o que pode ser dito, o modo como os impressos vão circular, como as ondas do ar devem ser utilizadas, como se devem comportar os blogueiros e grupos na internet. Explicitamente: quem pode falar, o que deve ser falado ou calado e quem vai parar de pensar e expressar o pensamento, sob pena de entrar em cana.

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