segunda-feira, 20 de junho de 2011

TRAGÉDIA E ESPERANÇA - I

Por Arlindo Montenegro
Por recusar a ignorância e o obscurantismo, por recusar a preguiça mental e viajar além das fronteiras “proibidas” pela cultura aprovada pelo estado e por algumas crenças fanáticas, alguns escritores que ousaram grafar suas considerações sobre a vida e o pensamento humano, são execrados e arquivados na espiral do silêncio.

As palavras postas em ordem lógica e racional, abrem a visão, alimentam o espírito e podem até influir nas atitudes, nos comportamentos humanos. Os textos funcionam como a guia para os adestradores de humanos, - paternidade e magistério - experiências difíceis, tanto quanto gratificantes. No ambiente, na convivência ressaltam-se as diferenças entre crentes, visionários e racionais objetivos.
Desde a mais tenra infância, nos inculcaram a crença num céu e num inferno como premio ou castigo. Mais adiante na vida, descobrimos que os castigos, mais que os prêmios, afligem e estão colados à pele e ao espírito dos viventes. São impostos, pesados e medidos pelos que julgam e decidem o que cada um deve fazer, pensar, agir para ser aceito pelo grupo.
Cada um gosta de alardear a própria independência, opinião, crença e preferências, no convívio com os semelhantes inclinados para os mesmos vícios destrutivos ou virtudes construtivas. Os preguiçosos mentais ficam encerrados nos currais culturais do estado, cada dia mais distanciados do que se cogitava como civilização: convívio fundado na lógica, no respeito à opinião alheia, na razão e na realização da vida digna.
Mas, como ensinava Tomás de Kempis, “insensato é quem põe suas esperança nos homens ou nas criaturas.” Unamuno complementa: “aquele que, sendo bom, acredita numa ordem transcendente, não é bom por acreditar (em Deus), mas acredita por ser bom...” o que acontece apenas quando se consegue fugir dos currais culturais, quando se busca a intimidade com a força interior, para o contato as possibilidades disponíveis, mesmo sabendo que continuamos os ignorantes de sempre.
Os pais e professores ensinam coisas fundamentais. Mas o estado totalitário limita as pessoas em corredores ideológicos, onde só são permitidos os pensamentos feitos, as “palavras de ordem”, os “slogans”, a censura que impede a ação indicando o “caminho único”, “a verdade única”, para reunir fanáticos que gritam: “o povo unido jamais será vencido”, exatamente quando já estão todos vencidos, rendidos, escravizados nos planos políticos e sociais.
Como as pessoas foram e continuam sendo enganadas? Um poder subterrâneo perpassa toda a história das relações humanas, a formação das cidades, estados e culturas fundadas em crenças religiosas. Histórias exemplares de ódio, vingança, ciúmes, guerras e castigos divinos, por arrependimento da própria obra, são narradas em todos os livros sagrados. Em seus “Diálogos”, Platão expõe tais narrativas, separando aquelas que considera maléficas para a formação das crianças. Propõe que a cidade-estado tem o dever de censurar os poetas e dramaturgos e que os pais e professores devem ser instruídos para excluir da educação, os contos que fixam imagens aterrorizantes e menos virtuosas no imaginário infantil.
Escolas, pais e religiosos, editores de televisão, fazem exatamente o contrário. Discutem tudo quanto é obscuro e violento, todas as paixões que impedem a formação sadia e confiante, a segurança na construção de uma nação civilizada. Desconhecem que a metodologia educacional está contaminada na origem e que estão contribuindo para formar pessoas mentalmente deficientes. Servem aos interesses de estado, que gradualmente vende gato por lebre e as pessoas nem percebem onde reside o engano.
O que jamais aparece nos meios de informação é que a matriz desta educação imposta pela ONU, é um velho projeto comunista para o governo mundial, elaborado em 1925 pelo consórcio anglo americano, através da UNESCO, fundada a partir da Agência Internacional de Educação da Fundação Rockfeller para: “a racionalização do controle social do comportamento humano”, também com o objetivo de trabalhar discretamente “para arrancar essa força misteriosa chamada soberania dos Estados-nações do mundo.”
Carroll Quigley informa em Tragedy and Hope (Tragédia e Esperança): “A estrutura de poder entre Londres e Nova Iorque penetrou na vida universitária e na imprensa” tão profundamente que daí se espalhou para o mundo inteiro, influindo em grupos empresariais, grupos comunitários, a mídia jornalística, livros, televisão, radio, entretenimento, igrejas, etc. “Todos foram preparados para liderar as massas rumo à síntese cultural e religiosa nas comunidades e organizações de todo o mundo utilizando o processo dialético — bem testado e comprovada na antiga União Soviética. (Muitos participantes — incluindo igrejas — talvez nunca saibam como suas novas práticas de negócio e seus diálogos em pequenos grupos ajudam a enfraquecer os valores tradicionais e preparar seus membros para a nova sociedade global.)”

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