quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ESCOLHAS
Já meti o bedelho na apreciação crítica de fatos cotidianos que assumiram proporções estarrecedoras. Com a mente torta, que nem boca de fumante de cachimbo, insisto em preservar alguns princípios e valores incutidos desde a infância, no âmbito familiar e social de um vilarejo perdido no mapa, mas presente no território. Prezo o respeito aos semelhantes.
O ambiente familiar, a escola, a consciência de estar na presença de Deus e os meios de comunicação – livros, jornais, televisão, cinema, teatro – tiveram seus dias de glória, orientando comportamentos e buscas individuais, sem imposições, respeitando as escolhas e procedimentos interativos subordinados à liberdade mental.
Mais recentemente, esta maravilha monstruosa que aproxima as culturas e disponibiliza o conhecimento universal com tecnologia eletrônica, a web, abre janelas para o universo do conhecimento humano, mas incomoda com a invasão da vida íntima, servindo às empresas privadas e aos governantes como meio de controle dos pensamentos e escolhas individuais.
Na dependência do berço e da formação de cada um, as mídias atuais podem ajudar qualquer pessoa a transformar-se num exemplo de virtudes ou num criminoso. É bastante pensar livremente, recusar as peias ideológicas e manifestar-se contra o coletivismo. Uns ou outros têm sido julgados, condenados e marcados, sem nunca terem comparecido diante de um juiz, único que poderia fazê-lo, ouvindo as partes e munindo-se de todo tipo de provas.
A passagem por esta forma de vida poderia ser bem humana, se desde a mais tenra idade, nas escolas da vida, os maiores responsáveis pela formação do caráter, trabalhassem com conteúdos subordinados à ideia da insignificância dos viventes diante da grandeza e ritmos da natureza universal, subordinados à ideia de estarmos na presença de um poder inominável que devolve para cada pensamento, palavra ou ação, a paz espiritual ou o desespero das incertezas.
Um poder presente na consciência de cada um, que concebido “livremente”, pode ser o inspirador do respeito humano e da bondade, o certificador das dependências inter individuais, fortalecendo atitudes éticas, lastreadas pelos laços culturais variados, locais e específicos, que guiam as pessoas em seus limites físicos. Com a mente é livre, é possível a busca continuada para transformar o pior, no melhor ambiente com apoio de uma educação formal livre, contribuindo para formar indivíduos livres de opiniões pré-fabricadas pela propaganda de pesquisas viciadas.
Pressupõe-se que na forma de estado democrático, a função dos governantes é cuidar e proteger a nação, as pessoas, de inimigos, reais ou imaginários. Caso contrário, falhando a proteção, falhando os cuidados com o bem comum, com a educação, a saúde, a administração do patrimônio em benefício de todos, temos o modelo de estado que a globalização impõe: o estado regido pela Empresa Globalitária S. A., cujas normas de justiça emanam da ONU, para submeter comportamentos e expectativas individuais.

 As pessoas que supostamente deveriam resguardar a nação atuam como “elite de feitores”, a serviço do poder global mascarado de investidores, proprietários e governantes, utilizam suas editoras, jornais, televisão, cinema, teatro e da rede eletrônica de comunicações, para invadir a vida da gente, nos moldes indicados por Bernays, Huxley, Marcuse, Mead, Bateson, Adorno, controlando abusivamente o pensamento, impondo escolhas, controlando as mentes. E a maioria de insanos se deixa levar, aplaudindo a chegada do big brother.

Nossos governantes, encasteladas em seus partidos e ideologias, cuidam de conservar o poder, controlar as riquezas produzidas pelo trabalho das maiorias, mantendo o terror do crime organizado a seu serviço, todos induzidas pelos auxiliares intelectuais da Empresa Global S. A., seus banqueiros, agentes secretos, ONGs, sicários, que fomentam a perversão, o uso de drogas, a violência e os preconceitos, o caos da guerra que faz vítimas nas ruas e nos lares do mundo inteiro.

Os controladores concentram os recursos mundiais, poupados durante milênios. Dominam tecnologias e conhecimento suficiente para matar a fome e pacificar a Terra. Entretanto, um mau caráter que parece genético, ambição desmedida, prepotência e uma espécie de competição com a inteligência do Universo, os fazem agir como deuses postados no Monte Olimpo, disputando lances de jogos estratégicos cruéis para instituir a escravidão global.

No século XX nos impuseram duas guerras e nos engabelaram com utopias sem futuro: comunismo, nazismo, socialismo... Logo nos conduziram para o pensamento grupal, coletivista, que facilita o controle mental do Estado e anula o espírito crítico. Reduz o individuo a identificar-se como membro da torcida organizada, fanático de uma ideologia, integrante do “fã clube”, filiado de uma equipe empresarial, menos humano, menos pessoa.


As novas gerações vão encontrar a saída deste labirinto. Quem sabe um dia proclamar: quem me governa está muito além das mentes viciadas, que priorizam os valores externos do consumismo exponencial.

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