ESCOLHAS
Já meti o bedelho na apreciação
crítica de fatos cotidianos que assumiram proporções estarrecedoras. Com a
mente torta, que nem boca de fumante de cachimbo, insisto em preservar alguns
princípios e valores incutidos desde a infância, no âmbito familiar e social de
um vilarejo perdido no mapa, mas presente no território. Prezo o respeito aos
semelhantes.
O ambiente familiar, a escola,
a consciência de estar na presença de Deus e os meios de comunicação – livros,
jornais, televisão, cinema, teatro – tiveram seus dias de glória, orientando
comportamentos e buscas individuais, sem imposições, respeitando as escolhas e
procedimentos interativos subordinados à liberdade mental.
Mais recentemente, esta
maravilha monstruosa que aproxima as culturas e disponibiliza o conhecimento
universal com tecnologia eletrônica, a web, abre janelas para o universo do
conhecimento humano, mas incomoda com a invasão da vida íntima, servindo às
empresas privadas e aos governantes como meio de controle dos pensamentos e
escolhas individuais.
Na dependência do berço e da
formação de cada um, as mídias atuais podem ajudar qualquer pessoa a
transformar-se num exemplo de virtudes ou num criminoso. É bastante pensar
livremente, recusar as peias ideológicas e manifestar-se contra o coletivismo.
Uns ou outros têm sido julgados, condenados e marcados, sem nunca terem
comparecido diante de um juiz, único que poderia fazê-lo, ouvindo as partes e
munindo-se de todo tipo de provas.
A passagem por esta forma de
vida poderia ser bem humana, se desde a mais tenra idade, nas escolas da vida,
os maiores responsáveis pela formação do caráter, trabalhassem com conteúdos
subordinados à ideia da insignificância dos viventes diante da grandeza e
ritmos da natureza universal, subordinados à ideia de estarmos na presença de
um poder inominável que devolve para cada pensamento, palavra ou ação, a paz
espiritual ou o desespero das incertezas.
Um poder presente na
consciência de cada um, que concebido “livremente”, pode ser o inspirador do
respeito humano e da bondade, o certificador das dependências inter
individuais, fortalecendo atitudes éticas, lastreadas pelos laços culturais
variados, locais e específicos, que guiam as pessoas em seus limites físicos. Com
a mente é livre, é possível a busca continuada para transformar o pior, no
melhor ambiente com apoio de uma educação formal livre, contribuindo para formar
indivíduos livres de opiniões pré-fabricadas pela propaganda de pesquisas
viciadas.
Pressupõe-se que na forma de estado democrático, a função dos
governantes é cuidar e proteger a nação, as pessoas, de inimigos, reais ou
imaginários. Caso contrário, falhando a proteção, falhando os cuidados com o
bem comum, com a educação, a saúde, a administração do patrimônio em benefício
de todos, temos o modelo de estado que a globalização impõe: o estado regido
pela Empresa Globalitária S. A., cujas normas de justiça emanam da ONU, para
submeter comportamentos e expectativas individuais.
As pessoas que
supostamente deveriam resguardar a nação atuam como “elite de feitores”, a
serviço do poder global mascarado de investidores, proprietários e governantes,
utilizam suas editoras,
jornais, televisão, cinema, teatro e da rede eletrônica de comunicações, para
invadir a vida da gente, nos moldes indicados por Bernays, Huxley, Marcuse,
Mead, Bateson, Adorno, controlando abusivamente o pensamento, impondo escolhas,
controlando as mentes. E a maioria de insanos se deixa levar, aplaudindo a
chegada do big brother.
Nossos
governantes, encasteladas em seus partidos e ideologias, cuidam de conservar o
poder, controlar as riquezas produzidas pelo trabalho das maiorias, mantendo o
terror do crime organizado a seu serviço, todos induzidas pelos auxiliares
intelectuais da Empresa Global S. A., seus banqueiros, agentes secretos, ONGs,
sicários, que fomentam a perversão, o uso de drogas, a violência e os
preconceitos, o caos da guerra que faz vítimas nas ruas e nos lares do mundo
inteiro.
Os
controladores concentram os recursos mundiais, poupados durante milênios.
Dominam tecnologias e conhecimento suficiente para matar a fome e pacificar a
Terra. Entretanto, um mau caráter que parece genético, ambição desmedida,
prepotência e uma espécie de competição com a inteligência do Universo, os
fazem agir como deuses postados no Monte Olimpo, disputando lances de jogos
estratégicos cruéis para instituir a escravidão global.
No
século XX nos impuseram duas guerras e nos engabelaram com utopias sem futuro:
comunismo, nazismo, socialismo... Logo nos conduziram para o pensamento grupal,
coletivista, que facilita o controle mental do Estado e anula o espírito
crítico. Reduz o individuo a identificar-se como membro da torcida organizada,
fanático de uma ideologia, integrante do “fã clube”, filiado de uma equipe
empresarial, menos humano, menos pessoa.
As novas gerações vão encontrar a saída deste labirinto. Quem sabe um dia proclamar: quem me
governa está muito além das mentes viciadas, que priorizam os valores externos do
consumismo exponencial.
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