terça-feira, 26 de janeiro de 2016

GOVERNOS ENGANAM A SI MESMOS....

Por Thmas Korontai

(http://thomaskorontai.blogspot.com.br/)

POLÍTICA

Governos que enganam a si mesmos
O problema endêmico da quantificação e manipulação estatística de dados nas economias centralizadas
http://opiniaoenoticia.com.br/economia/governos-que-enganam-a-si-mesmos/comment-page-1/#comment-160271

No final da década de 1980, Mikhail Gorbachev tentou corajosamente recuperar a economia da antiga União Soviética, bastante deteriorada em comparação com a situação econômica dos países ocidentais. Mas como Robert Service revelou em seu livro The End of the Cold War: 1985-1991, nem mesmo Gorbachev percebeu o estado tão crítico da economia soviética. Service teve acesso aos registros das reuniões do Politburo. A partir da leitura desses documentos ficou evidente que os números oficiais das despesas com defesa em proporção ao PIB haviam sido subestimados. Em geral, as estatísticas não eram confiáveis. Em determinada ocasião, os negociantes de armas soviéticos tentaram fazer um acordo com Ronald Reagan e descobriram constrangidos que não sabiam quantos mísseis nucleares o país tinha.

Esse problema é endêmico em países com economias centralizadas. Os governos estabelecem metas no seu escalão superior; os burocratas e funcionários do partido sabem que seus empregos (e às vezes suas vidas) dependem de atingir essas metas e, assim, os números são alterados para cumpri-las. Além disso, quase sempre as metas estão erradas.

No final da década de 1980, a maioria dos países ocidentais substituiu a economia baseada na produção industrial por uma concentração maior no setor de serviços, mas a antiga União Soviética continuou obcecada com a produção de ferro e aço. O colapso dos preços da energia expôs os problemas reais da economia. Gorbachev não estava disposto a dar ajuda financeira aos países comunistas do Leste Europeu, nem para seu mérito eterno, de fazer uma intervenção militar para apoiá-los. Por fim, os cidadãos desses países conseguiram depor seus governantes.

A Argentina e a Venezuela são exemplos recentes da manipulação de dados econômicos. No caso da Argentina, o governo Kirchner alterou sistematicamente os índices da inflação. A Venezuela, um país com grandes reservas de petróleo, administrou tão mal a economia que agora enfrenta um enorme déficit orçamentário, uma inflação galopante e a falta de produtos básicos de consumo nas prateleiras dos supermercados. E os que tentaram mostrar os números reais foram acusados de ajudar os especuladores estrangeiros.


Comentário que publiquei na matéria acima, que compartilho aqui. 

Pois é… mais a mais informações que vão confirmando a necessidade de se desconcentrar o Brasil, como estamos afirmando há mais de duas décadas. Muito do que previmos há 10, 15, 20, 25 anos está acontecendo. E gostaríamos de estar errados, principalmente com o que está por vir… Mas não tem jeito, não existe almoço grátis, e a cobrança dos equívocos estruturais é simplesmente implacável. Quem paga por tudo isso: VOCÊ! E nós todos.O Brasil é um caso típico em todos os sentidos.

Sistemas centralizados são labirintos das falsidades, das mentiras, das falcatruas e de todas as iniquidades. Sistemas descentralizados, com autonomia aos estados e cidades permitirá não apenas a transparência de tudo, pela proximidade com o pagador da conta local, mas a redução drástica de custeio da máquina pública, nas três esferas de governo. E isso se traduzirá em menos impostos, menos corrupção, menos burocracia, mais agilidade, mais justiça, mais bom senso (este simplesmente desapareceu no Brasil). 

Resultará em uma economia vibrante e sustentável, livre dos “voos de galinha” promovidos por governos populistas, keynisianistas, e outros vigaristas. O nome deste modelo para um país como o Brasil é federalismo pleno, super descentralizado, deixando para o Governo Central apenas as tarefas de interesse nacional, tais como, Moeda, FFAA, Relações Externas, STF e secretarias normativas de assuntos como pesos e medidas, sistema financeiro e comercial, seguros, propriedade intelectual, dentre outros. Secretarias com meia dúzia de funcionários cada uma, apenas normativas, no lugar de 40 ministérios que consomem quase R$ 400 bilhões, além do custo invisível da corrupção, do clientelismo, da lentidão e da insanidade burocrática. Este modelo está em discussão sob uma nova constituição, em ensaio proposto no site constitucionalfederalista.org.br – Sim, sem uma nova Constituição, será quase impossível implantar medidas saneadoras e reorganizadoras do País, considerando sermos todos reféns de um texto que nada tem de cidadão, cujos 2/3 sequer estão regulamentados – pela impossibilidade de se fazer, tanto política quanto prática – e cujo restante em validade, sob um corolário de 5,2 milhões de normas legislativas nas três esferas de governo )50% inconstitucional, diga-se de passagem), está ao bel prazer das conveniências políticas e outros interesses que simplesmente solapam o real interesse público em favor do interesse do Estado, meramente tecnocrático, orçamental, engessado sob um cipoal de normas para cada procedimento. 

Roberto Campos declarou, após a promulgação da Constituição de 1988, que “O Brasil não tem perigo de dar certo”. Thomas Skidmore, brasilianista disse: “O Brasil acabou de se tornar ingovernável”. Não foram profetas, foram apenas pessoas que conheciam bem o País, sabiam que 2+2 é igual a 4 e que nenhuma conta iria fechar. Tanto foi, que chegamos às pedaladas, passando pelas fases cosméticas, todas sempre na melhor política do avestruz. Esse avestruz não é apenas a Dilma, ou quaisquer outros governantes. Somos nós mesmos, que sempre acreditamos de que “tudo vai dar certo”, que Deus é brasileiro (acho que ele começou mesmo a falar castelhano…). Agora que o avestruz está com formigas nos olhos, terá que sair do buraco e enxergar onde realmente se meteu… e agir de forma objetiva, não apenas reativa.

São os momentos de crise que fazem com que tudo se reveja. E a crise na qual o Brasil ainda está ingressando é uma excepcional oportunidade para rever o próprio modelo, absolutamente concentrado, anacrônico, doentio e perverso, com as bactérias que se encontram no poder. Há que se resolver, sanear o Governo Central, mas há que se colocar algo, mais do que um novo alguém, no lugar disso tudo. Olhar para a desconcentração, perceber que a autonomia das partes que compõe a Federação, e das cidades que compões os estados e redistribuir os poderes, e agir na reforma geral – refundação mesmo – é a resposta, o algo que o Povo está querendo. 

E a oportunidade, como dito, é fantástica. Mas depende única e exclusivamente de cada um que toma conhecimento destas ideias. Mais do que uma proposta convicta, se trata de uma visão lógica, irrefutável pela justiça que traz no reordenamento de todos os interesses envolvidos. Poderia se dizer, civicamente presunçosa… há coisas assim na vida, como a roda, incontestáveis. 

Quer fazer acontecer? www.movimentofederalista.org.br e escolha sua maneira de agir

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