Por Arlindo Montenegro
A submissão das nações aos desígnios de “forças ocultas” vem de longe. Quem não se submeter... Já estamos submetidos e abrimos mão da soberania faz tempo. O comércio, indústria, escolas e serviços de infra estrutura, o agro negócio, redes de distribuição de alimentos, comunicações, tudinho está atrelado aos créditos e juros pagos aos investidores, muitos presentes com mala e cuia, mais ainda agora que o governo já decretou facilidades para qualquer estrangeiro “alugar” a quantidade de terra que quiser.
Poderíamos estar orgulhosos como nação exemplar que trabalha e interage com as outras nações, sem conflitos e guardando respeito e consideração pelas diversas culturas. Uma nação que reconhece o mundo sem fronteiras. Mas existem as barreiras, cercas, guetos de miséria, fome e fanatismo. Existem os controles econômicos nas mãos de uns poucos que preferem investir em drogas, terrorismo, violência, armamentos que o estado utiliza para defender-se dos que nem têm onde cair mortos e apenas suplicam uma gota de água e um pedaço de pão.
A dureza, a decepção é entender comprovadamente que as tais forças ocultas resultantes da associação de extremados fanáticos pelo poder nos dominam. Nunca encontrei justificativa pra tiro mortal ou o punhal. A violência extrema é uma exceção doentia. Como entender guerras, arsenais atômicos consumindo recursos imensos, guerrilhas, legiões estrangeiras, mercenários, espiões e serviços secretos das nações mais ricas roubando informações vitais e corrompendo políticos, jornalistas, intelectuais e professores para atuar a serviço de interesses contrários ao bem comum?
Fomos sempre confiantes, ingênuos, simplórios ou cafajestes mesmo? Fomos iludidos e enganados durante séculos? Preguiçosos intelectuais? É correto mesmo respeitar os outros, procurar viver em consonância com a justiça divina? É correto considerar como semelhantes os que agem contra a vida, os que perseguem o controle total do planeta e seus habitantes, como se fossem investidos de divindade? Esta gente cheirosa e bem vestida, fede e está bem longe de qualquer semelhança com o pensamento e esperança dos comuns mortais.
Estas coisas que prendem a gente à satisfação de necessidades básicas sem grandes ambições, essenciais no dia a dia, que cada um poderia produzir e adquirir em liberdade, em segurança, faltam à maioria. Embora cada um tenha habilidades e capacidades complementares, o tal mercado de trabalho limitado por uma ditadura econômica exclui e marginaliza contingentes cada vez maiores, retidos nas periferias das cidades gigantescas. Como poderiam respeitar as regras ditadas por uma casta de governantes mau caráter que faz tudo ao contrário enganando as pessoas comuns diante do bezerro de ouro.
Bezerro fala? Bezerro dita leis? Pois é Sebinho. Aquela gente que se reúne para conspirar contra a vida dos outros nos centros de poder está dando o exemplo de adoração ao bezerro de ouro. Arrebatam turbas imensas de seguidores com a pança cheia de batata frita, hambúrguer de minhoca e muita , muita cachaça, maconha e cocaína na cuca. O outro aspecto de similaridade com a adoração ao bezerro de ouro é que ninguém ouve o outro. O comum é ouvir a própria e irreconhecível voz interior de quem desconhece a própria essência, sem saber: quem é, o que quer, o que pode e para onde esta sendo conduzido.
A gente que parece ter baixado de para quedas no meio da multidão, dando cotoveladas, a pular e gritar, arrebatando qualquer pedaço de comida ou copo da bebida que corre de mão em mão envenenando os espíritos. Já ouviu as imagens e sons que vem da montanha? São avisos que cheiram a sangue. Estão querendo que a gente se acostume à presença do sangue e dos corpos carbonizados, esmagados. Lembra aquele filme do francês Godard que mostrava os grandes congestionamentos nas estradas e cadáveres espalhados diante dos olhares indiferentes? Ou estou variando ou vivemos o surrealismo materializado.
Todos têm telhado de vidro. Mas descaramento, pouca vergonha, hipocrisia, falsidade, mentira entronizada no lugar da verdade estatal é demais pra minha cabeça oca! Se eu fosse governo, começava uma campanha ampla geral e irrestrita para criar cidades com população limitada a 30 mil habitantes. Cidades dedicadas com seus núcleos de ensino e atividades produtivas específicas. Menos movimentação de gente, produção e consumo de alimentos local. E uma educação livre, universal, com professores mestres, guias, exemplares. 6 mil cidades cobrindo o país.
Zé Sebinho arremete mais uma vez com o nariz empinado: Você está variando mesmo! Aconselho que se interne num manicômio ou procure um psiquiatra... pode também ir para um mosteiro. Ora essa Zé! Você viu a montanha de papel verde que os caras vão pintar pra engrupir o mundo. Você viu a encenação de democratas, republicanos nos EUA – tudo farinha do mesmo saco - acertando o que fazer com a ilusória quantia de quase um trilhão de dólares. Meu, eles estão preparando uma nova guerra para mobilizar empresários fornecedores de botas, roupas, bebidas, cigarros, rações enlatadas, água, energéticos, refrigerantes, computadores e muito armamento. A guerra além de ser o negócio lucrativo mobiliza a nação para apoiar a sandice dos governantes. Tanto dos países que decidem, como dos satélites. Mas a mídia nem toca no assunto.
O conjunto de decisões internacionais é tão parelho, tão direcionado, tão afinado com os textos socialistas irmanados ao discurso da nova ordem mundial, que só não entendem os que, como idiotas, acreditam em leis e formas de governo que são trocadas a cada dia, sem que os dirigentes cheguem a nenhum acordo sobre o que fazer para dividir a injustiça com sabedoria. Distribuir a injustiça e lançar mais armadilhas para os indefesos vitimados pela violência das ruas. Estou mesmo doente, atacado pelo vírus do capimunismo. Confiar em quem? Esperar o quê? Só Deus dá jeito!
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