domingo, 30 de janeiro de 2011

CRIMES MUITO HUMANOS

Por Arlindo Montenegro



No dia 25 de Janeiro, no Egito das pirâmides – cuja construção há milênios, respeitáveis pesquisadores sugerem ter sido obra de uma civlização mais inteligente que a nossa – a população saiu às ruas exigindo a renuncia do presidente Mubarak, há trinta anos no poder. Até agora, a repressão oficial soma 2.000 feridos e dezenas de mortos. A população continua nas ruas das grandes cidades.


Em Cuba as prisões de dissidentes dos ditadores Castro, são diárias. Ontem o jornalista ganhador do prêmio Sakarov do Parlamento Europeu, Guilhermo Fariñas, aquele da greve de fome, foi preso mais uma vez junto com outros dissidentes, quando iam a uma delegacia reclamar pela liberdade de outros presos por “crime contra a segurança do estado”.

Eram 15 pessoas que protestavam em defesa de uma mulher grávida que estava sendo desalojada da casa que ocupava. No ato, a segurança do estado confiscou o telefone celular da mão de Fariñas, uma daquelas “damas de branco” que costuma expor para o mundo as verdades do “humanismo” ditatorial em Cuba...

A utopia democrática é um perigo para os estados gigantescos, onde minorias impõem a obediência das maiorias, pela força das armas ou pela coerção de leis que garantem apenas mais espaço de controle do estado, acima das institutições, ignorando e reduzindo o espaço para a manifestação e defesa de valores culturais, religiões, família e a propriedade privada, bem como a verdade histórica.

Em cada momento histórico, o estado tem utilizado alternativamente: a tropa, as religiões e ideologias. As guerras, massacres, tortura, prisões, isolamento de minorias, são justificadas “convenientemente” como defesa da democracia ou do socialismo. Assim se escondem os criminosos. Houve tempo em que utilizaram a “Santa Inquisição” para garantir o poder dos reis. Agora utilizam todas as “armas” já testadas, para reforçar o poder do estado contra as liberdades individuais.

Sejam cristãos, ateus, islamitas os que protestam, fazem-no contra o estado no processo acelerado de globalização da economia. Os cérebros que controlam a opinião pública, manipulam a informação com justificativas religiosas ou ideológicas. Mas o que mobiliza a gente contra os aparelhos de estado é a fome, são as doenças fabricadas em laboratório, a redução do espaço de sobrevivência digna.

Religiões são utilizadas por sua força universal pelos que dizem ser portadores do conhecimento e das soluções, pelos que no decorrer da história se apoderam de todos os recursos do trabalho para espalhar o terror e controlar os movimentos e pensamentos das populações. Estes são os criminosos com máscaras de líderes, de bondosos, caridosos, com armaduras religiosas ou ideológicas. Apenas criminosos que lesam a humanidade.

Estão nas esferas governamentais, políticas, acadêmicas, financiados pelos banqueiros e empresas gigantescas, propriedade de umas poucas famílias, todos espalhados pelo planeta, decidindo quem governa, quem trabalha, quanto e o que pode comer, que nível de informação pode acessar e como vai morrer.

A paz e os direitos que propalam defender, resumem-se à pacificação conformista das manadas – sejam de ateus ou cristãos, islamitas ou budistas - para o trabalho que lhes garanta multiplicar a arrecadação de juros, impostos e pagamento de dívidas impagáveis, viciadas no nascedouro das complexas operações econômicas, esotéricas para as populações cada vez mais dependentes do estado globalitário.

Estes criminosos tem nome, identidade e residência nos palácios e condomínios dos poderosos, cercados de segurança e capazes de vasculhar a vida privada de qualquer cidadão. Utilizam as mais sofisticadas tecnologias e acessam comunicações telefônicas, e-mail, contas bancárias para destruir quem lhes ameaçe. Criminoso é criminoso, não importa se declarar ser religioso ou ateu. O que está em jogo é o indivíduo, a família, o trabalho e a sobrevivência.

Estes criminosos defendem abertamente a “nova ordem mundial”, uma “ordem” condicionada à extinção de pelo menos dois terços da humanidade. Há muito tomaram esta decisão e agora contam com a ajuda de governantes no exercício do poder em qualquer forma de estado – ditatoriais, socialistas e democratas, estados laicos ou aqueles que ainda utilizam crenças fundamentalistas para espalhar o terror e submeter as gentes.

Utilizam a juventude americana em cenários de guerra, como utilizaram a paixão aventureira das juventudes pobres e mal informadas que atuaram nas guerrilhas em países asiáticos, africanos, latino-americanos e até europeus. Todos financiados pelos mesmos banqueiros que lavam o dinheiro gerado pelo comercio, desde a distante guerra do ópio que os ingleses controlaram na Ásia, passando pelo Afeganistão ou pelos nossos países exportadores de cocaína e maconha.

Estes criminosos utilizam a fé cristã, a fé do islã, distorcendo os propósitos fundamentais de qualquer religião, fomentando atos de fanatismo que são passados à opinião pública como justificativa para as guerras. O terrorismo essencial é o terrorismo do estado contra as pessoas. É a matança silenciosa do estado comprometido com a nova ordem mundial, que de nova não tem nada. É sim uma conspiração milenar que utiliza todos os meios para confundir a mente e controlar as pessoas.

Pretendem banir o controle natural das paixões disciplinadas pelo temor à justiça de Deus, seja qual for a variedade como é crido e venerado, suscitando o respeito ao outro semelhante. Os poderosos têm utilizado soldados armados, bombas, homens-bomba, kamikazes, veneno, injeções letais, torturas e prisões, envenenam água e alimentos, espalham chemitrails, tudo para eliminar da mente a memória de uma inteligência universal, natural e justa, diante da qual todos são iguais.

Os criminosos acreditam que são diferentes. Mas a diferença está nas vestes e nas posses passageiras. Deus em variadas formas está presente amparando a vida, contra os que perseguem e fomentam a morte. Lembrando que os documentos e declarações dos criminosos projetam a morte de pelo menos dois terços da população do planeta, até o ano 2050.










Um comentário:

  1. UM POVO IMBECILIZADO E RESIGNADO...

    "Um povo imbecilizado e resignado,
    humilde e macambúzio,
    fatalista e sonâmbulo,
    burro de carga,
    besta de nora,
    aguentando pauladas,
    sacos de vergonhas,
    feixes de misérias,
    sem uma rebelião,
    um mostrar de dentes,
    a energia dum coice,
    pois que nem já com as orelhas
    é capaz de sacudir as moscas;
    um povo em catalepsia ambulante,
    não se lembrando nem donde vem,
    nem onde está,
    nem para onde vai;
    um povo, enfim,
    que eu adoro,
    porque sofre e é bom,
    e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso
    da alma nacional,
    reflexo de astro em silêncio escuro
    de lagoa morta (...) Uma burguesia,
    cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal,
    sem palavras,
    sem vergonha,
    sem carácter,
    havendo homens
    que, honrados (?) na vida íntima,
    descambam na vida pública
    em pantomineiros e sevandijas,
    capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
    da mentira à falsificação,
    da violência ao roubo,
    donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
    escândalos monstruosos,
    absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo,
    esfregão de cozinha do executivo;
    este criado de quarto do moderador;
    e este, finalmente, tornado absoluto
    pela abdicação unânime do país,
    e exercido ao acaso da herança,
    pelo primeiro que sai dum ventre
    - como da roda duma lotaria.
    A justiça ao arbítrio da Política,
    torcendo-lhe a vara
    ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...),
    sem ideias,
    sem planos,
    sem convicções,
    incapazes (...)
    vivendo ambos do mesmo utilitarismo
    céptico e pervertido, análogos nas palavras,
    idênticos nos actos,
    iguais um ao outro
    como duas metades do mesmo zero,
    e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento,
    de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

    Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

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